O esporte brasileiro termina 2016 com um misto de sentimentosNa temporada em que sediou pela primeira vez (e com sucesso) os Jogos Olímpicos, o Brasil acrescentou à sua história um de seus mais tristes capítulos, com o desastre aéreo com a delegação da Chapecoense, no mês passado – que matou 71 pessoas, entre jogadores, dirigentes e jornalistasForam dias de comoção nacional e solidariedade mundialEm Minas, o ano também termina com pouquíssimas boas lembrançasNo futebol, Atlético e Cruzeiro amargaram decepções e não conquistaram sequer um títuloO América foi rebaixado novamente para a Série B do Campeonato BrasileiroQuem salva o cenário esportivo do estado, mais uma vez, é o vôlei do Cruzeiro, que continuou colecionando taças.
O acidente com a Chapecoense em Medellín foi o acontecimento esportivo mais triste e marcante de 2016, unindo atletas do mundo inteiro, personalidades da política, da arte e da músicaTodo o planeta sentiu a dor das vítimas da tragédiaMuitos ofereceram ajuda para a reconstrução do clube, que perdeu não só a maioria dos atletas, como integrantes da comissão técnica e diretoria às vésperas de seu maior feito – a disputa da final da Copa Sul-Americana, contra o colombiano Atlético Nacional.
Foi também o ano da morte de três lendas do esporteEm março, o melhor jogador holandês de todos os tempos, Johan Cruyff, integrante da Laranja Mecânica e precursor do estilo envolvente de jogo como treinador, perdeu a batalha contra um câncer de pulmãoEm junho, Muhammad Ali, maior nome do boxe mundial, que extrapolou os ringues e ganhou notoriedade por seu temperamento questionador, sofreu uma infecção generalizada – havia mais de 30 anos que ele lutava contra o Mal de Parkinson
Mas 2016 não foi só tristezaAinda que a delegação brasileira não tenha cumprido a expectativa de ficar entre as 10 melhores da Olimpíada do Rio, alguns resultados surpreenderam, como as três medalhas do canoísta Isaquías Queiroz e os ouros do boxeador Robson Conceição e da judoca Rafaela Silva.
Após muitos fracassos, o futebol finalmente subiu ao lugar mais alto do pódio olímpico, único título que faltava em sua galeriaSe no vôlei as meninas decepcionaram, o time masculino voltou a ganhar o ouro, repetindo Barcelona’1992 e Atenas’2004 e coroando o multicampeão Bernardinho, dono de seis medalhas.
O ano serviu também de recomeço para a Seleção Brasileira de Futebol, sob o comando de TiteCom nova metodologia de trabalho, o treinador obteve seis vitórias consecutivas, tirou a equipe do sexto lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018 e a alçou à liderança isoladaAssim, resgatou a sintonia com o povo brasileiro e a credibilidade no cenário mundial.
FRUSTRAÇÃO MINEIRA
O Atlético contratou reforços badalados, como Robinho, Cazares e Fred, mas fracassou no planejamento e nas escolhas de comando técnico – dirigiram a equipe o uruguaio Diego Aguirre e Marcelo OliveiraBateu na trave na Copa do Brasil, terminando como vice-campeãoNo Brasileiro, chegou a brigar pelo título, mas acabou na quarta colocação.
Já o Cruzeiro pecou pelas contratações erradas e, a exemplo de 2015, passou em brancoPior, nem sequer chegou à disputa de títulosO clube errou ao apostar em Deivid e no português Paulo Bento e só começou a se encontrar depois do retorno de Mano Menezes, quando a Raposa estava ameaçada, inclusive, pelo rebaixamento para a Série B.
Graças a trabalhos de destaque de seus treinadores, Cuca e Renato Gaúcho, que estão entre os melhores do país, Palmeiras e Grêmio se livraram de longos jejuns e terminaram 2016 em alta