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FUTEBOL AMERICANO

Jogadores negam-se a ficar de pé para hino dos EUA em jogo da NFL em Londres

Presidente Donald Trump tenta coibir manifestação de atletas

Agência Estado
No jogo em Londres, boa parte dos elencos de Jaguars e Ravens permaneceram ajoelhados no hino - Foto: MATT DUNHAM/ASSOCIATED PRESS/ESTADAO CONTEUDO
Se a intenção de Donald Trump era coibir as manifestações durante o hino em partidas da NFL (principal liga de futebol americano), o tiro saiu pela culatra. Um dia depois de o presidente dos Estados Unidos pedir até a demissão dos atletas que protestassem durante o hino, praticamente todos os jogadores repetiram a atitude durante o duelo entre Baltimore Ravens e Jacksonville Jaguars neste domingo.

Na partida realizada em Londres, no Estádio Wembley, boa parte dos elencos de Jaguars e Ravens permaneceram ajoelhados durante o hino nacional, com os braços entrelaçados. A ação teve o respaldo até dos presidentes de ambas as franquias.

"Nós reconhecemos a influência de nossos jogadores. Nós respeitamos a demonstração deles e os apoiamos 100%. Todas as vozes precisam ser ouvidas. Esta é a democracia em sua maior forma", declarou o dono do Ravens, Steve Bisciotti. Já o proprietário do Jaguars, Shad Khan, chegou a se ajoelhar ao lado dos jogadores.

No último sábado, Trump considerou "falta de respeito" as manifestações durante o hino nacional e pediu a demissão de jogadores que tomassem tal atitude. O presidente norte-americano manteve o discurso neste domingo, através do Twitter.

"Se os fãs da NFL se recusarem a ir a jogos até que os jogadores parem de desrespeitar nossa bandeira e nosso país, vocês verão uma mudança acontecer rapidamente.
Precisam ser demitidos ou suspensos. A audiência da NFL está caindo. Porque são jogos entediantes, mas também porque as pessoas amam seu país. A liga deveria apoiar os Estados Unidos", escreveu.

Desde a temporada passada, diversos jogadores da NFL têm se recusado a levantar para o hino nacional como forma de protesto principalmente pelo tratamento da polícia aos negros no país, após diversos casos de abuso de poder que resultaram até em mortes. A atitude foi encabeçada pelo então quarterback do San Francisco 49ers, Colin Kaepernick, e rapidamente aderida por diversos jogadores, até em outros esportes.

Presidente dos Estados Unidos à época, Barack Obama considerou legítima a manifestação, enquanto o então candidato Trump chegou a sugerir a Kaepernick "procurar outro país" para morar..