No radar da ponta-direita do Brasil está a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. "Claro que gostaria de ir, mas acho que isso ainda está bem distante. Estou tomando as coisas com muita calma e paciência", disse, em entrevista ao Estado.
Aos 37 anos, ela admite que pode render em quadra e ajudar o Brasil, principalmente com sua experiência - seria sua quarta Olimpíada na carreira. "Retornar à seleção traz um sentimento de alegria e satisfação", disse, ciente de que este ano o Brasil disputará os Jogos Pan-Americanos em Lima, no Peru, que valem vaga olímpica, e o Mundial, em novembro, no Japão.
Alexandra Nascimento foi um dos principais símbolos da geração vitoriosa do handebol brasileiro. Disputou três edições dos Jogos Olímpicos (Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016), mas em abril de 2017, teve a lesão e pensou até que sua carreira terminaria ali. "Na verdade, não tive tempo de pensar na seleção, pois rompi o ligamento cruzado do joelho esquerdo e foi um momento bem difícil pra mim. Coloquei toda a minha vontade e concentração na reabilitação", explicou. A contusão ocorreu na Hungria.
No Mundial de 2017, Alexandra acabou ficando fora e não pôde ajudar suas companheiras na Alemanha. Na ocasião, o Brasil fez campanha ruim e acabou em 18.º lugar de 24 participantes. "Consegui acompanhar alguns jogos no Mundial e, claro, queria muito estar lá participando com as meninas", lembra.
"Na verdade eu nunca deixei a seleção. Foi uma opção do técnico porque eu nunca deixei de jogar. Depois da lesão, assinei contrato de mais um ano com minha equipe e continuei na luta. Ainda estou pensando se deixarei de jogar ou não este ano para tentar engravidar. Graças a Deus estou super bem e consegui sim chegar onde queria fisicamente", comentou.
Convocada, Alexandra pretende ajudar o Brasil em torneio amistoso em Palencia, Espanha. O time vai enfrentar as anfitriãs, Suíça e Sérvia na disputa que começa nesta quinta-feira e vai até sábado. Atualmente ela joga pelo Alba Fehérvár, da Hungria, e garante estar adaptada à vida na Europa, onde chegou em 2004 e está lá desde então.
"Me sinto super bem aqui. Claro que amo voltar ao Brasil e estar com minha família, mas sempre me dediquei aos treinamentos e jogos e quando tenho tempo livre, estou com meu marido e amigos. A Liga Húngara é boa e muito dura. Meu time é competitivo e com certeza dá para brigar com os gigantes. O problema é conseguir ganhar desse rivais", disse Alexandra, rindo.
A veterana sabe que pode ajudar o Brasil e espera que a própria Confederação Brasileira de Handebol consiga superar suas dificuldades. O time está em reformulação. No Rio-2016, a seleção ficou em quinto. A entidade teve seu presidente Manoel Luiz Oliveira, que estava no cargo havia 28 anos, afastado em 2018 por supostas ilegalidades. "A confederação está passando por mudanças e toda mudança precisa de tempo para se encaixar e começar a dar certo. Eu estou muito positiva e confiante com as novas mudanças", comentou..