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Grande sucesso de Ronda Rousey pode significar começo de nova era financeira no MMA feminino

Oitava atleta mais bem paga do mundo e estrela dentro e fora do octógono, campeã do peso galo do UFC tem tudo para mudar cenário salarial das lutadoras

Bia Valle

Sucesso da campeã Ronda Rousey pode contribuir para fim da discrepância entre salários

Detentora do cinturão do peso galo do Ultimate Fighting Championship, Ronda Rousey carrega um currículo invejável nas artes marciais mistas: 12 vitórias, sendo três por nocaute e nove na especialidade, a finalização por chave de braço. 'Rowdy' vive grande fase e ainda consegue tempo para atuar como atriz – já participou de três filmes em Hollywood – e modelo. Medalhista olímpica no judô, a norte-americana é a principal estrela do UFC na atualidade, e o sucesso dela é sinônimo de uma 'gorda' conta bancária.


Segundo a revista Forbes, Ronda é a oitava atleta, entre todas as modalidades, na lista das mais bem pagas do mundo. Só no último ano, o faturamento da loura foi de US$ 6,5 milhões. No último confronto, no UFC 190, contra Bethe 'Pitbull' Correia, no Rio de Janeiro, a campeã ganhou o maior prêmio pago pela Reebok, uma das marcas patrocinadoras da organização: US$ 40 mil. O valor é quatro vezes maior que a quantia paga a Mauricio Shogun no evento, por exemplo. Além do salário previsto em contrato, ela ainda embolsou mais US$ 50 mil só como bônus de performance pela vitória relâmpago sobre a brasileira, em 34seg.

Mas o caso de Ronda Rousey é umas das raridades no MMA feminino. As mulheres costumam receber salários bem menores que os lutadores, e há uma explicação simples: os combates femininos não possuem tanta audiência. A diferença entre os salários é gritante. Ronda é uma das poucas atletas que recebe acima de US$ 100 mil por apresentação. A maioria é remunerada entre US$ 10 e US$ 80 mil. Sara McMann, superada por 'Rowdy' em disputa de cinturão no UFC 170, levou apenas US$16 mil. Já a próxima desafiante pelo título do peso galo, Miesha Tate, tem salário de US$ 38 mil por luta, valor que é dobrado em caso de vitória. Outra artista marcial bem remunerada é a brasileira Cris Cyborg, campeã do peso pena do Invicta FC, com vencimentos em torno de US$ 100 mil.

Em comparação com categorias masculinas, até Ronda fica em desvantagem. O campeão dos médios, Chris Weidman, ganhou US$ 500 mil na última luta, na vitória sobre Vitor Belfort. Atualmente afastados do octógono, Jon Jones e Anderson Silva têm salários de US$ 600 mil por combate estipulados em contrato.

Apesar do alto faturamento, Ronda Rousey está abaixo de Chris Weidman na lista salarial do Ultimate


Outra (grande) fonte de lucro para os atletas do UFC é porcentagem de ganho sobre vendas de Pay Per View. Os números não são divulgados oficialmente, mas impressionam. Na semana do UFC 190, quase um milhão de pacotes foram vendidos só nos Estados Unidos. Falas do presidente do Ultimate, Dana White, endossam esses números. O chefão acredita que o combate entre Ronda e Bethe tenha gerado mais audiência que o grande evento anterior da organização, o UFC 189, com Conor McGregor e Chad Mendes na luta principal.

Estima-se que a edição 189 tenha alcançado de 800 mil a 1 milhão de compras no Pay Per View. Caso tenha realmente superado os números de Conor McGregor, Ronda se consolida como a maior estrela do UFC. E não são apenas as brilhantes performances no octógono que garantem isso à campeã, que também é uma celebridade. Carismática, ela acumula milhares de seguidores nas redes sociais (mais de 4 milhões só no Instagram) e já participou de um sucesso de bilheteria do cinema (Velozes e Furiosos 7).

Atualmente, o UFC tem duas categorias de peso para as mulheres – palha, até 52kg, além do galo, até 61,2kg. A organização tem parceira com evento exclusivo de MMA feminino, o Invicta FC. Outras franquias de MMA, como Bellator e World Series of Fighting, também abriram espaço para divisões femininas. A ascensão das garotas no cage pode mostrar um mercado promissor a ser explorado.