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Despedida do 'mestre', reencontro com fãs: emoção para Mutante no UFC Rio

Paulista radicado em BH encara norte-americano invicto em noite especial

postado em 08/05/2018 22:48

William Lucas/Inovafoto
Apesar de não mineiro de nascimento, Cezar Mutante é considerado um autêntico belo-horizontino. Radicado em BH, o paulista de Ibitinga será uma espécie de representante de Minas no card do UFC 224, neste sábado, no Rio de Janeiro. Ele terá duelo contra o invicto norte-americano Karl Robertson, pelo peso médio, em busca da segunda vitória consecutiva. 

Mutante, de 33 anos, fez história ao conquistar o primeiro The Ultimate Fighter Brasil, em final contra Serginho Moraes, no Mineirinho lotado, em 2012. Ele chegou à organização graças ao apoio de Vitor Belfort, a quem considera um mestre no MMA. Agora, o paulista radicado em BH terá a chance de lutar no evento que marcará a despedida do ‘professor’. O Fenômeno enfrentará Lyoto Machida, no card principal, naquela que será a última luta do veterano no octógono. 

Para Mutante, ser escalado no mesmo evento em que Belfort fechará a trajetória no UFC é um misto de emoção e motivação extra, principalmente pelo fato de ser diante dos fãs brasileiros. Em entrevista ao Superesportes, Mutante comentou sobre o reencontro com o público no Rio de Janeiro, projetou um duelo duro contra o oponente, mas espera utilizar bem uma arma importante: o apoio da torcida
Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Como você projeta o reencontro com os fãs brasileiros? Você vem de boa vitória no Brasil, em São Paulo, em 2016, e agora terá a chance de buscar novo triunfo no Rio. Motivação ainda maior para o UFC 224?

Eu estou achando maravilhosa a oportunidade de lutar no UFC Rio, que eu considero a minha segunda casa, onde começou a minha história no UFC, onde eu consegui a minha tão esperada vaga para entrar no torneio do Brasil, e também participei quando o José Aldo lutou. Vou lutar perto do público brasileiro e estou muito feliz. Com certeza todas as lutas são uma grande motivação, a próxima luta é sempre a mais importante, mais uma oportunidade de mostrar um bom trabalho, de alcançar meu objetivo, ser o melhor na categoria.
 
Lutar no mesmo evento em que Vitor Belfort, um cara que foi seu grande apoiador e incentivador no MMA, é algo especial para você? Qual a sensação de subir ao octógono e depois torcer para o Belfort na provável despedida dele?

É muito especial, tenho uma gratidão enorme por tudo que ele fez pela minha carreira, o Brasil é um celeiro de grandes atletas, têm muitos que precisam de uma oportunidade, e eu tenho tentado fazer o mesmo. Há uma motivação especial pra mim, é um cara que eu admiro muito, vou deixar ele ansioso e depois ele vai ficar ansioso.

Você teve uma vitória apertada sobre Nate Marquardt em Norfolk, e agora a chance de ganhar embalo aproveitando o apoio dos fãs no Rio. O que mudou do Mutante que perdeu para Elias Theodorou e começa a buscar uma série positiva no peso médio?

Eu não concordo que perdi porque aquela luta foi roubada de mim. Eu quebrei a mão no primeiro round. Todo mundo que entende alguma coisa de luta sabe que eu claramente venci, mas os juízes tiraram de mim. Me considero vindo de uma ótima fase e com bônus de performance. Acima de tudo, mais que entretenimento, eu sou um atleta, subo para competir. Através da performance eu ofereço entretenimento. Eu estou em ótima fase.

Seu adversário no Rio de Janeiro é considerado ‘com pouca bagagem’ no MMA. Tem apenas uma luta disputada no UFC e venceu por finalização. Essa menor experiência é levada em conta em uma luta?

Ele é muito duro e muito talentoso. Ganhou um contrato com o UFC, entra com o know-how de ter sido escolhido, pelas poucas lutas que fez, mostrou uma ótima bagagem, excelente técnica, eu estou esperando um cara muito duro, vai ser um bom nome pro meu cartel, tenho fé.
 
Karl Roberson é um cara que começou no Kickboxing, mas mostrou que sabe finalizar. Como você projeta o duelo no UFC Rio? Sua estratégia passa por sentir o momento de derrubar ou apostar na trocação?

Eu gosto de jogar nas fraquezas, então a gente estuda o jogo e quando a luta começar, eu espero as brechas pra poder pegar ele. Eu sou um atleta completo, se conseguir um nocaute vou para o nocaute.

Você venceu quatro lutas e perdeu duas lutando no Brasil. Na sua opinião, é mais fácil usar os fãs a favor? Ou considera que a pressão de lutar em casa e ter boa performance é um ponto que atrapalha? 

Tudo que é minha responsabilidade fazer é uma pressão, e aí vai de como o atleta encara essa pressão. Eu tenho isso, de lutar no Brasil, como um incentivo, com a torcida ao meu lado eu ganho mais um incentivo do que pressão.

Você tem uma estatura maior que o adversário. Usar a envergadura a favor pode ser uma vantagem importante? 

Com certeza. O nome já diz, né? MMA é mistura de artes marciais. Tudo que eu puder usar a meu favor pra tirar vantagem é válido.

Quais os passos de Mutante na temporada? Embalar e conquistar espaço no peso médio é um objetivo traçado? Ou prefere buscar as vitórias e pensar luta a luta?

Eu tenho um objetivo traçado: até o final do ano eu quero entrar no Top 13. Quero fazer três lutas e vencer as três.

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