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Glover aposta na experiência contra 'novato' para buscar recuperação no UFC

Com rival trocado em cima da hora, mineiro mira reação neste sábado

postado em 17/01/2019 08:02 / atualizado em 17/01/2019 12:08

Ethan Miller/AFP
O primeiro evento do Ultimate Fighting Championship terá a presença de um dos principais representantes de Minas no MMA. Glover Teixeira, natural de Sobrália (Vale do Rio Doce) e radicado nos EUA, será atração no card principal do UFC Fight Night 143, neste sábado, no Brooklyn, em Nova York, em duelo contra Karl Roberson. Será a 'estreia' da ESPN norte-americana no octógono, depois que a emissora adquiriu os direitos de transmissão dos shows da franquia, em um contrato milionário válido por cinco anos e com investimento de US$ 1,5 bilhão.

Aos 39 anos, ex-desafiante ao cinturão dos meio-pesados - encarou Jon Jones e perdeu por pontos em 2014 - Glover Teixeira vive fase de altos e baixos no UFC. Com a derrota na última luta, diante de Corey Anderson, por decisão unânime, o mineiro despencou no ranking da divisão e passou a ocupar o 12º lugar, muito longe de nova chance para disputar o título. Para buscar a reação e reencontrar o caminho das vitórias, o lutador de Sobrália vai encarar um oponente bem mais novo e que começou recentemente a trajetória na organização.

Glover teria pela frente Ion Cutelaba, mas o 'Hulk', apelido do lutador oriundo da Moldávia, se lesionou a poucos dias do evento no Brooklyn. O UFC agiu rápido e anunciou Karl Roberson, 28 anos, como substituto. O norte-americano estava na divisão peso médio (até 84kg) e subirá aos meio-pesados para encarar o mineiro. O Baby K, como é chamado, se profissionalizou em 2015, tem apenas oito lutas na carreira (venceu sete e perdeu uma), três pelo Ultimate - duas vitórias e um revés. 

Glover Teixeira concedeu entrevista ao Superesportes e minimizou a troca de oponente em cima da hora. O mineiro demonstrou confiança mesmo diante de um adversário mais jovem e promete lançar mão da maior experiência como lutador, para buscar a recuperação. Tranquilo quanto ao futuro no MMA, ele disse que já tem um plano para a vida pessoal: ajudar a revelar novos talentos para o esporte em sua academia, a Teixeira MMA & Fitness, inaugurada em Danbury, Connecticut (EUA), onde reside.

Ethan Miller/AFP


Confira a entrevista com Glover

Como é ter um adversário trocado a poucos dias para o evento? Você estava pronto para enfrentar Ian Cutelaba, que se lesionou e foi substituído por Karl Roberson na última hora. Como absorver essa mudança repentina?
 
Isso (a troca repentina de adversário) já aconteceu comigo antes. Eu sempre fico preparado para isso, porque, realmente, é uma coisa que acontece. Agora é só ajustar o camp para a luta

Karl Roberson vinha atuando na divisão peso médio, pela qual disputou as duas lutas no UFC. Você considera que levará mais vantagem pelo fato de estar no peso ideal para a luta?

Não sei, mas acho que o peso não é vantagem. A minha vantagem é por ser um melhor lutador que ele. Eu tenho mais experiência, mais recursos no meu jogo. Com certeza, eu tenho uma vantagem maior por isso e por ter sempre competido na categoria de cima. Acho que peso não faz muita diferença

Para muitos, o favoritismo é todo seu para a luta contra Roberson, especialmente pelo fato de ter um camp mais adequado e controle do peso ideal. Na sua cabeça, a responsabilidade é maior? Ou você controla mais esse favoritismo com a sua experiência? 

Eu quero vencer, independentemente de favoritismo. Estou muito confiante. O camp foi ótimo. Me dediquei à fisioterapia no ombro, pois tive problemas com isso na luta passada. E também eu estou lutando perto de casa. Está tudo acontecendo bem. Faltam três dias para luta. Agora é dormir bem, descansar, e chegar lá preparado

O que você espera encontrar de diferente no novo adversário? Roberson tem um cartel equilibrado, com nocautes e finalizações na mesma proporção. Você pretende esperar e avaliar como será a luta? Ou partirá de forma ofensiva buscando a trocação ou mesmo levar para o chão?

Eu tenho de ter cuidado com a mão dele. Mas não estou preocupado com o jiu-jítsu dele. É claro, não vou abusar, mas sei da minha qualidade no chão. Acho que ele vai querer manter a luta em pé. Acho que ele não vai querer se arriscar no chão comigo

A derrota para Corey Anderson, por pontos, foi um pouco frustrante, já que você vinha de vitória sobre Misha Cirkunov, por nocaute técnico. Essa fase de altos e baixos preocupa até que ponto? Ou você só se preocupa mesmo em vencer e voltar a ter boa sequência no UFC?

Eu tive uma preparação mais acompanhada desta vez. Eu tive overtraining na luta passada, e acabou me atrapalhando, porque eu também sofri a lesão no ombro. Eu estava me matando muito nos treinos. Desta vez, a preparação foi mais adequada. Estou seguro que não vou ter problemas agora

Enfrentar um adversário quase dez anos mais novo, mas com menos experiência, pesa ou pode ser benéfico?

A realidade agora é essa. Vou ter que adaptar a minha mente para isso (enfrentar adversários mais novos). Poucos caras vão ser da minha idade. Ou então, vou ter que enfrentar só Daniel Cormier, Anderson Silva... (risos) É isso. Agora são os novinhos mesmo. Eu fico feliz de meter a porrada neles 

Aos 39 anos, você ficou um pouco mais longe de disputar o cinturão dos meio-pesados, já que caiu no ranking, depois de ficar um bom tempo entre os quatro melhores da divisão. O que você tem como prioridade agora? Vencer a próxima luta ou recuperação no TOP 15, para ter nova chance de title shot?

Na luta tudo pode mudar rápido. Estamos num esporte que a gente cai muito rápido. Eu estava no número 4 do ranking, mas caí. Para subir de novo, você demora, ainda quando você luta contra quem não é ranqueado. Os caras ranqueados não querem lutar. Eles se machucam e saem da luta

O Glover ainda tem muito o que fazer no UFC? Ou você já tem um plano B para a carreira no MMA e a vida esportiva? Algum projeto pessoal em vista? 

Eu tenho a minha academia (em Connecticut), que já está bombando. Está indo muito bem, e eu acabei de aumentar a estrutura agora. Estamos fazendo um trabalho muito bom lá. Espero ter campeões surgindo de lá em breve

UFC Fight Night 143

Sábado, dia 19, a partir das 21h
Barclays Center, no Brooklyn, em Nova York

Card principal
Henry Cejudo x TJ Dillashaw - pelo cinturão peso mosca
Greg Hardy x Allen Crowder
Gregor Gillespie x Yancy Medeiros
Joseph Benavidez x Dustin Ortiz
Paige VanZant x Rachael Ostovich
Glover Teixeira x Karl Roberson

Card preliminar
Donald Cerrone x Alexander Hernandez
Joanne Calderwood x Ariane Lipski
Alonzo Menifield x Vinicius Mamute
Mario Bautista x Cory Sandhagen
Dennis Bermudez x Te Edwards
Belal Muhammad x Geoff Neal
Chance Rencountre x Kyle Stewart

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