Como esperado, a seleção brasileira sub-23 teve um desafio bem mais difícil no segundo e último amistoso no Estado. Após golear a Venezuela por 4 a 1, na última quinta-feira, nos Aflitos, o time verde amarelo acabou derrotado pelo Japão por 3 a 2, nesta segunda-feira, em uma Arena de Pernambuco, que recebeu um bom público. Quase oito mil torcedores. A maior parte formado por crianças e jovens, alguns oriundos de caravanas. A partida também foi uma reedição da final do último Torneio de Toulon, vencida pelos brasileiros, nos pênaltis.
Agora, o técnico André Jardine, que perdeu pela primeira vez à frente da seleção, terá pouco mais de dois meses para encerrar a preparação visando o Pré-olímpico da Colômbia, marcado para janeiro. A competição classifica dois países de forma direta para os Jogos de Tóquio, além do terceiro colocado para uma repescagem.
O jogo
Visando manter o entrosamento da equipe, o técnico André Jardine fez apenas duas mudanças com relação ao time que começou o amistoso contra a Venezuela, com o retorno do zagueiro Lyanco e o goleiro Cleiton assumindo o posto de Ivan. Porém, o que se viu foi uma seleção com mais posse de bola, mas errando muitos passes, tanto na defesa, quanto o ataque. Principalmente com o zagueiro Ibañez.
Mesmo assim, pressionando a saída de bola da equipe japonesa, o Brasil começou melhor a partida. Logo aos dois minutos, o goleiro Osako foi pressionado e chutou em cima de Matheus Cunha, com a bola quase entrando no gol. Na sequência, Pedrinho não conseguiu dar o passe para Matheus Cunha.
Com o Japão tendo dificuldades para sair jogando, o Brasil não demorou a abrir o placar. Aos 14 minutos, Watanabe dividiu a bola com o pé alto derrubando Matheus Cunha dentro da área. Na cobrança, o atacante paraibano, que atua no Leipzig, da Alemanha, não deu chance ao goleiro Osako, fazendo a festa das muitas crianças presentes à Arena.
Porém, apesar do gol, o Brasil seguiu tendo dificuldade na criação ofensiva, com o trio Pedrinho; Antony e Paulinho sem brilho. Mesmo assim, aos 23, Pedrinho perdeu ótima chance de ampliar, após rebote de Osako. Com o passar do tempo, o Japão, bem posicionamento taticamente, cresceu na partida. E chegou ao empate pouco depois com Tanaka em chute de fora da área que desviou no volante Douglas Luiz.
Segundo tempo
No minuto seguinte, Tanaka arriscou outro chute de fora da área. A bola desviou dessa vez em Lyanco e novamente morreu dentro do fundo do gol brasileiro. Virada do Japão e a senha para a torcida começar a pedir a entrada do atacante Rodrygo, do Real Madrid.
Pedido prontamente atendido por André Jardine que colocou o ex-jogador do Santos na vaga de Antony, aos 12 minutos. Destaque do amistoso contra a Venezuela, com dois gols, o atacante do São Paulo dessa vez teve uma atuação apagada.
A mudança, de fato, deu vida nova ao ataque do Brasil, que passou a ter mais velocidade na troca de passes, algo necessário para romper as duas linhas defensivas. Porém, para piorar o cenário, em uma descida isolada ao ataque, o Japão marcou o terceiro, em novo chute de fora da área. Dessa vez uma bomba de Nakayama, sem defesa para Cleiton.
Após o terceiro gol japonês, André Jardine fez várias mudanças na seleção, afetando o jogo coletivo do Brasil. Com isso, a pressão veio na base do abafa (dando várias chances de contra-ataques ao Japão). Aos 35, o árbitro uruguaio Andres Mantonte marcou outro pênalti para a Canarinha. Pedro, ex-Fluminense e atualmente na Fiorentina, converteu.
Com o Japão ficando com um jogador a menos logo em seguida, com a expulsão do zagueiro Machida por entrada violenta em Bruno Tabata, os minutos finais foram de pressão da seleção brasileira. Mas o empate não veio. Mesmo assim, no final, aplausos. Para brasileiros e japoneses.
Ficha do jogo
Brasil 2
Cleiton; Emerson, Lyanco, Ibañez (Bruno Fuchs) e Caio Henrique (Felipe Jonatan); Douglas Luiz, Wendel (Bruno Guimarães) e Pedrinho (Bruno Tabata); Antony (Rodrygo) Matheus Cunha e Paulinho (Pedro). Técnico: André Jardine.
Japão 3
Osako; Tatsuta, Machida e Watanabe; Nakayama, Sugioka, Tanaka, Myoshi (Sugawara), Mashino e Hashioka; Ogawa.Técnico: Akinobu Yokouchi.
Local: Arena de Pernambuco.
Árbitro: Andres Mantonte (Uruguai)
Assistentes: Horácio Ferreiro e Carlos Barreiro (ambos do Uruguai).
Gols: Matheus Cunha, aos 14 min do 1º, Tanaka, aos 27 min do 1º e aos 6 min do 2º e Nakayama, aos 22 min do 2º, Pedro, aos 36 min do 2º
Cartões amarelos: Nakayama, Osako (J), Ibañez, Bruno Fuchs (B)
Expulsão: Machida (J)
Público: 7.911
Renda: R$ 92.445