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SELEÇÃO BRASILEIRA

Quem se poupar pode ficar fora da Copa do Mundo, avisa Luiz Felipe Scolari

Felipão disse que seu trabalho está muito mais tranquilo e afinado que em 2002

Agência Estado
Técnico tem dúvida em "10% da lista da Copa" e não quer ver "garantidos" acomodados - Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM
Luiz Felipe Scolari tem se caracterizado pelo bom humor nesta reta final rumo à Copa do Mundo. Brinca com jornalistas e assessores da CBF, além de estar sempre disposto a fazer fotos com fãs. Diz não ter motivos para se estressar, pois o trabalho está indo bem, o planejamento para o Mundial está feito desde janeiro do ano passado e o grupo de jogadores é excelente, dentro e fora do campo. Mas nem por isso deixa de mandar seus recados para os críticos que enxergam coisas na seleção brasileira muito além do que o treinador diz existir. Nesta terça-feira, seu alvo foram os jornalistas que dizem que alguns atletas, principalmente o atacante Fred, estão se poupando com medo de se contundir e ficar fora da competição em junho.

"Tem gente falando isso por aí. Por isso, quero que saibam que a primeira coisa que digo para o jogador é: defenda o clube, viva, morra pelo seu clube. Digo (ao jogador) que faça o esforço necessário, porque o jogador sabe que, se se poupar, eu posso não levar (para a Copa)", disse Felipão, entrevista coletiva realizada no Estádio Soccer City, nesta terça-feira, após o treinamento da seleção brasileira para o amistoso do dia seguinte contra a África do Sul. "Quem paga o salário é o clube, não é a seleção brasileira. Portanto, ele tem de fazer pelo clube para ser chamado para a seleção."

Além disso, Felipão disse especificamente aos 19 jogadores que estão com ele na África do Sul que "95% deles" estarão no grupo da Copa, a ser anunciado oficialmente apenas em maio. "Mas 5% eu não sei. Quanto dá 5% de 23? Bom, vamos arredondar para 10% (de indefinição)", afirmou o treinador, bem humorado.

Ele disse que o bom momento porque passa em termos de humor é porque, agora, seu trabalho está muito mais tranquilo e afinado se comparado com as vésperas da Copa de 2002 - quando também era o treinador e o Brasil levou o título. "Escolher o grupo está mais fácil. Em 2002 era um inferno, conturbado (quando ele assumiu, em 2001). Agora, nós construímos a ideia de nossa seleção, um sistema de jogo que imaginamos. Quando começamos não tínhamos, penamos quatro, cinco jogos. Montamos (o sistema) e deu certo. Os atletas que convocamos se comportam de maneira espetacular dentro e fora do campo. Está tudo planejado para a Copa desde janeiro de 2013. Agora, só fazemos ajustes. Não tenho com o que me estressar", explicou Felipão.