Para diminuir um pouco os custos, muitos chilenos estão buscando alternativas. Uma delas é viajar de carro, como pretende fazer o taxista Juan Almeida. Segundo ele, a intenção é ir a ao menos a um jogo, mas o mais importante é participar da festa. “Vamos aproveitar para conhecer o Brasil”, diz ele, que deve seguir acompanhado da esposa e de dois filhos, mas que não cogita chegar a Belo Horizonte, ficando na capital paulista e aproveitando para ir ao litoral.
“A procura é alta, mas as vendas não foram tantas. O maior problema é mesmo a compra de ingressos. Alguns intermediários chegam a cobrar US$ 2,5 mil (cerca de R$ 5,55 mil) pelos três jogos. Além disso, o deslocamento entre as sedes é complicado”, diz Arturo Sandoval, executivo de vendas da agência de viagens WTP Chile, de Santiago, que prefere não revelar quantos pacotes sua empresa já comercializou.
Há também quem opte pelo ônibus. A própria WTP oferece pacote rodoviário a partir de US$ 5.345 (cerca de R$ 11,9 mil), em regime de meia-pensão e entradas para as partidas contra Espanha e Holanda. Ao todo, serão 13 noites, com direito a dois dias em Puerto Iguazú (Argentina), um no Rio, três em Camboriú (SC), um em São Paulo e um em Foz do Iguaçu (PR).
“É uma alternativa para quem não quer desembolsar cerca de US$ 12 mil (R$ 26.655) por um pacote aéreo”, explica Sandoval, que acredita em aumento da procura de viagens ao Brasil para a Copa à medida que a abertura se aproxime.
O radialista Francisco Caneo é outro que aposta em um bom número de chilenos no Brasil entre junho e julho. Para ele, a situação econômica do Chile é favorável e até quem havia desistido da viagem há algum tempo em virtude dos preços pode repensar. “Conheço muita gente que só decidiu agora organizar a ida. Nossa seleção terá muito apoio”, diz o repórter da Rádio Cooperativa, uma das maiores da capital chilena.
PREVISÃO Não há estimativa de quantos chilenos virão a Minas Gerais durante a Copa. Porém, 5 mil torcedores do país compraram ingressos para acompanhar os jogos do Mundial, segundo o cônsul-geral do Chile no Rio de Janeiro, Samuel Ossa.
De acordo com ele, o número de turistas será bem maior. “Alguns virão acompanhados, ainda que não assistam aos confrontos. Outros seguirão a Seleção Chilena nas cidades onde jogam, mesmo sem entradas, e, finalmente, muitos virão desfrutar as belezas do Brasil e o ambiente que será vivido na ocasião do Mundial”, prevê.