Pela primeira vez na história, o povo mineiro tem a oportunidade de ver a taça da Copa do Mundo no estado. Nesta segunda-feira começou a exposição do troféu no Shopping Del Rey e os visitantes têm até terça, às 21h, para observar o objeto mais precioso para as seleções de futebol. Segundo os organizadores, o troféu original da Fifa na capital mineira é algo inédito.
Depois de passar por 89 países e percorrer 150 mil quilômetros, o equivalente a três voltas ao redor do mundo, o material iniciou o tour pelo Brasil no dia 22 de abril, no Rio de Janeiro. Porto Alegre foi a segunda capital contemplada e Belo Horizonte a terceira. A taça passará pelas 26 capitais e o Distrito Federal antes de terminar sua volta em São Paulo, no dia 1º de junho. Após a turnê de 41 dias, a taça ficará guardada em local sigiloso e será vista novamente no Maracanã, no dia 13 de julho, data da final do Mundial.
Para visitar toda a exposição em qualquer local do país, os torcedores precisam trocar quatro tampas dos produtos Coca-Cola em um stand oficial, localizado nos pontos de exibição. Caso queira apenas tirar uma foto com o troféu, a entrada será gratuita. O horário de visita é de 9h às 21h. Além da imagem principal, jogos interativos, bolas das Copas desde 1970 e um filme oficial da história dos mundiais são oferecidos ao público.
Um forte esquema de segurança foi visto no lançamento na capital mineira, padrão que será mantido em todo o país. Apenas seguranças da Fifa e dos organizadores do evento deslocam o material. Para incentivar a presença das pessoas, escolas públicas foram convidadas pela Coca-Cola para ver a taça. O jovem Maicon Douglas, de 10 anos, comentou a visita.
“É muito legal. Acho que ela é muito pesada. Quero ser jogador de futebol para carregá-la no futuro. Só fiquei pensando como será que ela é feita?”, disse o garoto.
Jules Rimet e a taça atual
Como o Brasil adquiriu o direito de ficar com Jules Rimet em definitivo, depois da conquista do tricampeonato mundial, em 1970, no México, Fifa encomendou um novo modelo para a Copa do Mundo de 1974, disputada na Alemanha. Com 32 amostras desenhadas, o trabalho do italiano Silvio Gazzaniga foi o escolhido. Nas palavras do criador da taça, a ideia foi representar a figura humana com o planeta nas mãos.
“Linhas saltam da base em espirais, se abrindo para receber o mundo. Da impressionante tensão do corpo da escultura, surge a figura de dois atletas no momento da vitória”, descreveu o Gazzaniga.
O Brasil carrega em sua história uma mancha pelo roubo da Jules Rimet, produzida para homenagear o campeão mundial desde a primeira Copa, em 1930. O fato aconteceu em 1983, no Rio de Janeiro e a versão informada é que o ouro foi derretido pelos ladrões.
Criada pelo francês Abel Lafleur, a taça durou 53 anos e passou por momentos inusitados, como ter sido escondida em uma caixa de sapatos durante a Segunda Guerra Mundial e ter desaparecido em 1966, antes da Copa da Inglaterra, e depois recuperada graças a um cachorro chamado Pickles, que encontrou o troféu enterrado perto de uma árvore. Para substituir o material roubado, a CBF mandou construir uma réplica.