Convencidos pelo ex-goleiro, Marin e o vice-presidente Marco Polo Del Nero, que assumirá a presidência no começo do ano que vem, surpreenderam a opinião pública não só por considerarem a ideia viável, mas também por colocá-la em prática. Assim, desistiram de Tite, que até então parecia ser o favorito a substituir Felipão, e também acabaram com as especulações em torno de um treinador estrangeiro, o que nunca agradou à cúpula da entidade máxima do futebol nacional.
Não foram poucos, porém, os que não gostaram da volta de Dunga. Motivos para criticar a decisão da CBF não faltam e dão de goleada sobre eventuais ganhos com ele novamente no comando da equipe verde-amarela. A começar pela falta de imaginação dos dirigentes, que preferem apostar em um profissional com rejeição alta a buscar a renovação, que seria importante no momento em que futebol brasileiro clama por mudanças.
Além do mais, quando se esperava por alguém atualizado com as mais recentes inovações táticas para fazer a Seleção Brasileira voltar a jogar no melhor nível, a opção foi por alguém que pouco trabalhou nos últimos quatro anos – desde o fim do Mundial’2010, trabalhou apenas por 11 meses, entre o fim de 2012 e 2013, no Internacional. Menos mal se Dunga tivesse aproveitado para se reciclar, estagiando com os melhores treinadores do mundo, mas não foi isso que ele fez desde a derrota por 2 a 1 para a Holanda, na África do Sul.
Até para diminuir a defasagem em relação ao futebol praticado em outros países, Gilmar Rinaldi prometeu, quando foi apresentado, levar o novo treinador para constantes intercâmbios na Europa. Será bom acompanhar não só jogos, mas também treinos, que parecem mais avançados que em território nacional.
Mas pouco adiantará incorporar conceitos novos se Dunga não domar o seu gênio. Brigas com jornalistas que fazem a cobertura da Seleção Brasileira ou agressividade com adversários costumam refletir negativamente dentro de campo.
BOM RETROSPECTO Mas nem só de contras vive o ex-volante em sua nova profissão. Ele tem a seu favor os bons números em sua primeira passagem no comando do combinado nacional. Foram dois títulos importantes, o da Copa América’2007 e o da Copa das Confederações’2009, além da medalha de bronze na Olimpíada de Pequim, em 2008.
O problema é que a derrota para a Holanda, nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul, que pode ser encarada como normal, tornou a situação de Dunga insustentável. Principalmente pelo desgaste com os que o cercam. Agora, se mantiver a cabeça fria, poderá fazer a renovação que a Seleção Brasileira precisa se quiser ir bem em 2018, na Copa do Mundo da Rússia.
7 MOTIVOS PARA NÃO APOSTAR EM DUNGA
1) Falta de renovação de treinadores
2) Involução na carreira nos últimos quatro anos
3) Inexperiência internacional como treinador
4) Temperamento agressivo
5) Aversão a críticas
6) Forte rejeição popular
7) Pouca afeição a inovações e ao jogo bonito
1 MOTIVO PARA ACREDITAR NO GAÚCHO
1) Teve bom aproveitamento com a Seleção e conquistou dois títulos