A Fifa apenas anunciará punições contra dirigentes por conta do escândalo no processo de escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 às vésperas da eleição na entidade, em 2015, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, ainda pode ser sancionado mesmo estando fora da entidade desde 2012. Quem garante isso é o juiz alemão Hans Joaquim Eckert, que avalia os casos de corrupção na Fifa.
A data coincide com as eleições para a presidência da Fifa. Joseph Blatter, o atual chefe da entidade, concorrerá a mais um mandato e, diante da perspectiva de novas sanções, a corrida promete ser uma das mais polêmicas em anos. Michel Platini, presidente da Uefa, considerava apresentar sua candidatura, mas acabou desistindo. Para dirigentes em Zurique, parte de sua decisão está relacionada com o fato de que Blatter ameaçou usar o caso do Catar para minar as chances do francês. Platini confessou que votou para o país árabe para receber o Mundial de 2022.
Eckart ainda confirmou que ex-membros do Comitê Executivo da Fifa que já tenham deixado a organização, mas que ainda recebam algum tipo de aposentadoria ou não tenham sido expulsos, podem ser alvo de medidas punitivas.
Na prática, isso abre a possibilidade para que Teixeira, se ficar provado que teve algum tipo de envolvimento no caso do Catar, também sofra sanções. O brasileiro deixou a Fifa em 2012, quando também abandonou a CBF. Antes, ele confirmou que havia votado no Catar.
Eckart, juiz de uma corte de Munique, afirmou que está acostumado com casos dessas dimensões, mas admitiu que está sofrendo pressões e se recusou até mesmo a comentar se ele esteve com o emir do Catar, que, na quinta-feira, visitou a Fifa. Questionado pela reportagem se o encontro ocorreu, apenas sorriu e disse: "não vou me pronunciar".