Apesar do bom desempenho de sua equipe dentro de campo, com cinco vitórias nos cinco jogos deste retorno à Seleção Brasileira, Dunga está lidando com problemas fora das quatro linhas. Durante a preparação para o amistoso desta terça-feira, contra a Áustria, o zagueiro Thiago Silva, que era capitão com Felipão, reclamou do fato de a braçadeira ter sido passado a Neymar sem qualquer aviso. Desta forma, além dos aspectos tático e técnico, o comandante também precisa trabalhar com o psicológico de seus jogadores.
Ao mostrar pulso firme para tomar decisões deste tipo, o treinador tenta evitar a repetição de problemas apresentados ao longo da campanha na Copa do Mundo, que terminou com a vexatória eliminação para a Alemanha. No Mundial, antes da disputa de pênaltis contra o Chile, Thiago Silva evidenciou seu destempero emocional ao se isolar do grupo e não controlar o choro dentro de campo.
“Cada jogador tem as suas características. O preparo de uma equipe começa na preparação física, técnica e tática. Quanto mais nos aprimorarmos e nos sentirmos seguros, mais nós vamos alcançar os objetivos”, completou o treinador brasileiro, que, em meio a sorrisos irônicos, aproveitou para alfinetar os jogadores com problemas para lidar com o ego.
“Tem jogador que chega aqui e se sente seguro. Tem outros que se sentem menos. Nos clubes, alguns têm um cuidado especial. Na Seleção, isso é mais repartido. Alguns, em seus clubes, só recebem elogios. Na Seleção, as pessoas já veem defeitos. O jogador precisa suportar críticas e observações”, finalizou Dunga.
O ciente de que terá dificuldades para trabalhar o lado psicológico dos jogadores nesta fase de reformulação do time canarinho, o comandante terá a primeira prova de seu trabalho nesta terça-feira, quando Neymar estará em campo, com a braçadeira de capitão, e Thiago Silva no banco de reservas, ainda assimilando a perda da faixa. O duelo será às 16 horas (de Brasília), contra a Áustria, em Viena.