Atualmente, a Lei Pelé institui a proibição do esporte de formação para menores de 14 anos. O Brasil é o único país entre os 208 que integram a Fifa a apresentar uma legislação nesses moldes. O Bayern de Munique, por exemplo, tem categorias de base para menores de cinco anos. Gallo reiterou a importância de dar mais tempo aos atletas para se formarem e desenvolverem a técnica e tática necessária para jogarem em alto nível.
“Essa mudança precisa ocorrer o mais rápido possível, porque senão cada vez mais teremos um desenvolvimento tardio de nossos atletas, principalmente em questão de fundamento. A categoria sub-20, a mais forte, apresenta problemas técnicos por esse motivo. São bons jogadores, mas em relação aos países sul-americanos que trabalham com atletas por muito mais tempo, o desenvolvimento é muito menor. Sempre vamos formar bons jogadores, mas poderia ser melhor, principalmente por causa das regras, mas a CBF tem restrições em relação a isso, principalmente pela cultura que existe no país”, avaliou o comandante, que se aliou a um senador para conseguir votos no Congresso a favor de sua causa.
No início do ano, a Seleção Brasileira sub-20 disputou o Sul-Americano e terminou em quarto lugar, com campanha de cinco vitórias, três derrotas e um empate. A Argentina foi a grande campeã. Gallo admitiu que a equipe brasileira exibiu um nível bem abaixo do esperado.
“Nós não fizemos um bom sul-americano, o time não jogou bem. Tivemos alguns problemas por lesão, perdemos cinco jogadores na véspera e isso atrapalhou. Não foi como estamos acostumados a ver o Brasil jogar, mas foi um grande aprendizado para eles”, disse.
O próximo compromisso da Seleção Sub-20 é o Mundial. Sob o comando de Dunga, o Brasil figura no grupo E, ao lado de Coréia do Norte, Hungria e Nigéria e vai estrear no dia 31 de maio diante dos africanos. “O desempenho ruim no Sul-Americano fez com que mudássemos quase 50% do grupo para identificar o atleta que queira servir à Seleção, e não apenas usar isso como uma alavanca para sua carreira pessoal, para revolver o problema lá na frente. É importante o que jogador queira estar lá para poder ter um desempenho. Trabalho há 35 anos com futebol e sei qual é a postura de cada um dentro do futebol. Fico feliz de ter participado esse tempo”, completou.