O tempo para trabalhar era escasso, mas mesmo assim Micale se arriscou a fazer uma mudança no estilo de jogo da equipe - que vinha de um quarto lugar no Sul-Americano disputado no Uruguai. Ele abriu mão de jogadores pesados no ataque e montou um time leve que aposta na técnica e na velocidade. E a aposta foi bem-sucedida.
“Os jogadores estão mostrando que o futebol brasileiro merece respeito e que tem muita qualidade”, disse Micale. “Não adicionei muita coisa, apenas propus um conceito de jogo que foi abraçado pelo grupo.”
Embora tenha jogadores com poder de fogo, a seleção também vem se destacando pela solidez defensiva. O time sofreu apenas três gols na competição, e o último foi aos oito minutos do primeiro tempo da vitória de virada sobre a Hungria por 2 a 1 na segunda rodada da primeira fase. De lá para cá já se passaram 502 minutos sem o goleiro Jean buscar a bola no fundo da rede - incluindo a prorrogação contra Uruguai e Portugal, respectivamente nas oitavas e quartas de final.
“O trabalho dos atacantes e meias na marcação tem sido muito bom. O combate começa lá na frente, com todo mundo se empenhando para tentar roubar a bola, e isso facilita para o pessoal da nossa defesa”, afirmou Micale.
A Sérvia, que foi semifinalista no último Europeu da categoria, não se considera zebra na final por ter pela frente um país que já foi campeão mundial cinco vezes. “Viemos para a Nova Zelândia acreditando no título, e agora estamos a apenas um jogo de atingir nossa meta. Sabemos da força do Brasil, mas numa final em uma partida tudo pode acontecer”, disse o goleiro Rajkovic.
Em sua trajetória na competição a equipe perdeu para o Uruguai na estreia por 1 a 0, ganhou de Mali e México por 2 a 0, fez 2 a 1 na Hungria, empatou por 0 a 0 com os Estados Unidos (ganhou nos pênaltis) e fez 2 a 1 em Mali na semifinal. O Brasil fez 4 a 2 na Nigéria, 2 a 1 na Hungria, 3 a 0 na Coreia do Norte, empatou sem gols com Uruguai e Portugal e goleou Senegal por 5 a 0.