A Medida Provisória 671 foi sancionada por Dilma na quarta-feira com 36 vetos, considerados de pouca importância para interferir no conteúdo geral do texto. Para Feldman, um deles, contudo, pode afetar a renovação do futebol brasileiro no futuro por impedir a formação desportiva para menores de 14 anos.
"Um problema grave é a criança que sai precocemente do Brasil. Hoje não é possível um vínculo esportivo antes dos 14 anos. A saída precoce retira o que há de melhor , porque esses meninos são atraídos para o futebol internacional e lá existe mais garantias que são feitas direta ou indiretamente através dos seus familiares", argumentou.
O secretário-geral da CBF também reclamou de um veto na questão da certidão negativa de débitos. "Muitas vezes é um detalhe que impede o clube de ter a certidão negativa. E isso pode impedi-lo de participar dos campeonatos oficiais. Foi muito bem pensado uma ressalva que garantia , mas ela foi vetada."
Na avaliação da entidade responsável por gerir o futebol brasileiro, os vetos prejudicaram a MP, mas não deixaram de contribuir para o esporte nacional. "Há uma vitória por parte de todo trabalho da CBF, mas algumas inconstitucionalidades foram mantidas. Outras, positivas, foram vetadas. Nesse momento diria que foi uma vitória parcial. Não posso negar que avança na resolução do endividamento dos clubes. Mas muito aquém do aquilo que nós esperávamos", ponderou Feldman.
O principal objetivo da MP do Futebol é cobrar contrapartidas dos clubes que necessitam refinanciar suas dívidas fiscais, estimadas em R$ 4 bilhões. Pelo texto sancionado pela presidente os clubes poderão parcelar suas dívidas em 240 meses.
A redução das multas será de 70% e dos juros, de 40%. Além disso as primeiras 60 parcelas poderão ter o pagamento reduzido em 50% - desde que obedecido um valor mínimo de R$ 3 mil - com o valor remanescente sendo acrescido na parte final do refinanciamento.