Mas não são apenas as ideias de jogo que aproximam os dois treinadores. Assim como Tite no Brasil, quando substituiu Dunga após a eliminação na Copa América, Sampaoli assume a vaga de Edgardo Bauza com a Argentina em crise, correndo riscos de não se classificar para a Copa do Mundo do ano que vem, na Rússia. Para o treinador brasileiro, no entanto, um detalhe torna a tarefa do argentino ainda mais complicada.
"Ele (Sampaoli) foi muito corajoso (ao assumir a Argentina), porque era um momento difícil. Ele tem a dificuldade de ter só quatro jogos pela frente nas Eliminatórias, a gente tinha 12. Particularmente, acho que a Argentina vai passar. Passaria com Bauza e vai passar com Sampaoli. Mas vejo semelhança entre nossos casos pela dificuldade e a pressão", opinou.
Tite não se furtou a tecer diversos elogios ao adversário argentino, mas, ao mesmo tempo, admitiu que a partida desta sexta não será um "simples amistoso". Para o técnico, é justamente esta admiração de ambos os lados que traz tamanha rivalidade entre brasileiros e argentinos.
"Não é um amistoso, pela grandeza, o clássico que é. A gente só rivaliza com quem a gente admira. Nunca vi dois rivais que não reconhecem o poderio da outra equipe. Sabemos da dimensão da Argentina, e eles sabem da nossa."
Sobre o aspecto esportivo, Tite explicou que o confronto servirá para dar oportunidades a jogadores que não vinham atuando. Sem nomes como Daniel Alves, Marcelo e, principalmente, Neymar, o treinador quer estimular a competitividade entre os atletas, mas também que aqueles considerados reservas ganhem o padrão de jogo e a "coordenação de movimentos" equipe titular.
"O primeiro aspecto que levo em consideração é dar oportunidade ao jogador que está entrando de ter uma harmonia de equipe, entrosamento, para que aconteça esta coordenação de movimentos e a confiança", disse. "Tem que ter senso de equipe, saber jogar com Neymar e Dani Alves e sem os dois. Quero fomentar entre eles esta competição leal. Estão competindo pela titularidade, pela convocação."