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SELEÇÃO BRASILEIRA

CBF negocia fim de amistosos e criação de novo torneio de seleções depois da Copa

As competições preencheriam as datas entre os Mundiais

Agência Estado
Seleção Brasileira iria participar de torneios com outras equipes, ao invés de disputar amistosos - Foto: AFP / NELSON ALMEIDA
A era dos amistosos pode estar chegando ao seu fim para a Seleção Brasileira. A CBF negocia a criação de torneios que, depois da Copa do Mundo de 2018, preencheriam o calendário internacional. Nos próximos dias, o assunto fará parte de conversas entre federações em Londres e durante o encontro da Fifa na Índia.

A decisão da CBF de buscar um novo formato para o calendário internacional não ocorre por acaso. Na Europa, a Uefa já estabeleceu que, a partir de setembro de 2018, as seleções do continente deixarão de disputar amistosos e passarão a participar da recém-criada Liga das Nações. O torneio permearia toda a temporada e preencheria as datas internacionais, até agora destinadas aos amistosos.

Inicialmente, tanto a CBF como a Conmebol tentaram frear a iniciativa, alegando que criaria uma divisão no mundo do futebol. Na prática, a proposta europeia impediria que a seleção brasileira pudesse disputar amistosos contra times europeus. Dois impactos diretos seriam sentidos: de um lado, o time brasileiro não seria testado contra as grandes equipes do mundo. De outro, não conseguiria gerar uma renda importante ao disputar amistosos contra times do continente europeu.

O protesto da Conmebol e da CBF na Fifa, porém, não surtiu efeito.
Afinal, um dos principais idealizadores do novo torneio europeu foi o então secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino. Hoje, ele é presidente da Fifa. Agora, a nova proposta que começa a ganhar formato é a de uma participação do Brasil em um novo torneio internacional.

Uma das ideias que passa a ser discutida é de uma participação de times sul-americanos no torneio criado pelos europeus, com uma espécie de triangular final entre os melhores das duas regiões. Mas os sul-americanos querem saber exatamente em que condições as seleções da região entrariam no evento.

Há, porém, quem resista a essa ideia. O risco seria o de ver reduzido o valor comercial e até o impacto da Copa do Mundo, já que as mesmas seleções acabariam se enfrentando pelo título de outro torneio.

Outra possibilidade que se negocia é a de fechar um novo torneio entre times da América do Sul e da Ásia. Nesse caso, a possibilidade de confrontos com a China, Catar e outros pilares financeiros do futebol internacional poderia incrementar de forma importante a renda das seleções sul-americanas. Mas o que preocupa, nesse caso, é o risco de passar anos enfrentando times do segundo escalão do futebol mundial.

O assunto dominará a pauta dos dirigentes sul-americanos que nesta semana estão em Londres para eventos da Fifa e que seguem depois para reuniões promovidas pela entidade na Índia..