O clima de clássico tão citado de ambos os lados ficou apenas nas jogadas mais ríspidas e o que se viu em campo foi um futebol muito aquém da história deste confronto. O empate por 0 a 0 representava bem o que se viu em campo, mas na jogada aérea, aos 47 da etapa final, a seleção arrancou a vitória.
Foi mais uma atuação fraca da equipe de Tite depois da decepção na última Copa do Mundo. Antes, a seleção havia obtido três vitórias em três amistosos, mas contra os fracos Estados Unidos (2 a 0), El Salvador (5 a 0) e Arábia Saudita (2 a 0), sem empolgar em nenhuma destas partidas.
Talvez buscando este combustível ofensivo, Tite inovou nesta terça e escalou Roberto Firmino e Gabriel Jesus juntos no ataque. Não deu certo. Jesus mostrou dificuldade para buscar jogo pela direita, enquanto Firmino pouco apareceu. A seleção, então, mais uma vez dependeu exclusivamente de Neymar, e em meio a outra atuação irregular do astro do Paris Saint-Germain, pouco criou mesmo diante de uma Argentina sem Lionel Messi, Agüero, Di María e Higuaín.
O jogo até começou bastante pegado, com a seleção acionando Neymar e o brasileiro sendo calçado. Foram três faltas sofridas nos primeiros minutos, o que não mudou o comportamento do jogador.
A primeira chegada, no entanto, foi da Argentina. Aos sete minutos, Casemiro errou na tentativa do domínio e a sobra ficou com Lo Celso, que bateu da meia-lua, à esquerda de Alisson. O primeiro lance de perigo do Brasil aconteceu somente aos 27. Miranda recebeu cruzamento da esquerda, dominou e encheu o pé. A bola passou por Romero, mas Otamendi salvou em cima da linha.
O Brasil parecia desentrosado, com Jesus e Firmino encontrando dificuldades para jogar juntos. Coutinho, bem marcado, também estava sumido, o que deixou a equipe dependendo de Neymar. E até pela falta de companhia, o atacante insistia demais nas jogadas individuais, o que minava as possibilidades da seleção.
Dybala, em cobrança de falta, teve o último bom momento do fraco primeiro tempo. E quando se esperava que o Brasil crescesse depois do intervalo, foi a Argentina que criou as melhores chances da partida até então.
Logo com um minuto, Lo Celso tentou de cabeça e parou em Alisson. Aos cinco, Icardi recebeu em profundidade, cortou a marcação e bateu travado, também com perigo. No lance, Danilo se contundiu e deixou o campo sentindo muitas dores no tornozelo esquerdo.
Somente quando Neymar voltou a encontrar espaço, o Brasil incomodou novamente a Argentina. Aos 23 minutos, ele arrancou, fez boa jogada pela esquerda e cruzou para a área. Richarlison, que acabara de entrar, tentou na segunda trave, mas mandou para fora. No minuto seguinte, o atacante do PSG cobrou falta ensaiada para Arthur, que encheu o pé e parou em Romero.
Os últimos minutos foram de um Brasil mais ofensivo, dono da posse, mas totalmente sem criatividade.
BRASIL 1 X 0 ARGENTINA
BRASIL
Alisson; Danilo (Fabinho), Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho; Neymar, Roberto Firmino e Gabriel Jesus (Richarlison)
Técnico: Tite
ARGENTINA
Sergio Romero; Saravia, Otamendi, Pezzella e Tagliafico (Acuña); Paredes, Battaglia e Lo Celso (Salvio); Dybala (Lautaro Martínez), Angel Correa (Roberto Pereyra) e Icardi (Giovanni Simeone)
Técnico: Lionel Scaloni
GOL - Miranda, aos 47min do 2ºT
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
Cartões amarelos: Neymar, Miranda (Brasil); Paredes, Angel Correa, Lo Celso, Saravia, Battaglia (Argentina).
Local: Estádio The King Abdullah Sports City, em Jeddah (Arábia Saudita).