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Silêncio só com a bola em jogo

Primeiro dia de Copa Davis em BH teve até a Charanga do Bororó animando a torcida na Arena JK. Hoje o ginásio estará lotado para ver a dupla belo-horizontina

A torcida mineira olha atenta cada lance e comemora muito a cada ponto brasileiro - Foto: Euler Junior/EM/D.A Press
Satisfação em ver uma das competições mais importantes do tênis mundial no ginásio do MinasEsse era o sentimento, ontem, na Arena JKO médico Astolfo Negrelli, de 58 anos, que diz ser um entusiasta do tênis, vibrou ao entrar na arena para ver a partida de abertura do confronto entre Brasil e Equador, que pode levar o Brasil de volta ao Grupo Mundial do maior torneio de tênis do mundo, a Copa Davis.

Pode-se dizer que não era o público que se costuma ver na Arena JKO espaço, que normalmente é ocupado pelos esportes coletivos (vôlei, basquete e futsal), onde a gritaria serve de incentivo, é ocupado agora por um esporte silenciosoIsso mesmoEnquanto a bola está em jogo, o silêncio é totalEssa é uma determinação da regraVibração, somente após a confirmação do ponto.

Mas, assim mesmo, o silêncio não durou muito tempoLá estava a Charanga do Bororó, uma marca do futebol mineiro, animando o público a cada paralisação para a troca de quadra dos jogadoresE, na banda, os integrantes estavam empolgados, como José Ferreira Veloso, de 73 anos, 60 deles como músico“Estou feliz, pois é a primeira vez que toco em um jogo de tênis
Já animamos jogos de futebol, basquete, vôlei, handebolMas, no tênis, é a primeira vez.” A seu lado, o pistonista Armando Martins, de 40, se mostrava empolgado: “Nunca tinha visto um jogo ao vivoEstou achando maravilhoso, emocionante”, revelou.

Próximo da charanga estava engenheiro Werner Rolfs, de 62A Davis, aqui, é empolganteÉ emoção o tempo todoEstamos acostumados a ver jogos em outro piso, no saibro, que é lentoAqui nãoA Davis em BH é a valorização do esporteAlém disso, a melhor dupla do país é nossa, mineiraVer isso aqui é um estímulo a todos nós, praticantes.” Ele estava com um grupo de amigos
“Compramos juntos os ingressosNão poderíamos perder esta festa do esporte”, disse

O palco da Davis em BH se transformou em ponto de encontroO professor de tênis Leonardo Flávio de Oliveira, de 50, anos, reencontrou sua ex-aluna Fernanda Assunção Walker, de 50, que também foi atletaPara ele, ir ao Minas acompanhar a competição é um bom programa porque, “além de ver bons jogos, revemos os amigos”E os ensinamentos dele não foram esquecidos pela ex-aluna“A primeira coisa que me ensinou foi que tinha de ficar calmaNão vai dar piti não”, brincou.

• Hoje é dia de ginásio lotado

O segundo dia de disputas do confronto entre Brasil e Equador, que vale vaga no Grupo Mundial da Copa Davis, é o mais aguardado pelo torcedorPela primeira vez, uma dupla local, os belo-horizontinos Marcelo Melo e Bruno Soares, estará defendendo o Brasil em casaTerão pela frente Emílio Gomez e Roberto QuirozAmanhã, serão disputados os dois últimos jogos de simples: Thomaz Bellucci x Emilio Gomez e Rogério Silva x Roberto Quiroz.

O interesse é tão grande que os ingressos para hoje estão esgotadosO jogo é importante não só para a Copa Davis, mas também porque serve de treino para os dois mineiros, que se preparam para o torneio de tênis dos Jogos Olímpicos, em que aparecem como favoritos ao ouro.

O fato de a partida ser em quadra rápida, semelhante à que jogarão no Rio, é fundamental, tanto para Marcelo quanto para Bruno, nessa preparação“Será importante jogar num piso próximo ao que encontraremos no Rio”, diz Marcelo.

Bruno se lembra de um momento especial, há 10 anos, quando estava na arquibancada do Expominas torcendo pelo Brasil contra a Suécia“Dez anos atrás fomos torcer e, hoje, a gente vai ter a oportunidade de estar dentro da equipeTemos poucas oportunidades de agradecer ao Minas Tênis Clube, que foi extremamente importante na nossa carreira”, diz Soares.