"Ainda acho que não realizei . Não tive a noção do feito, porque foi um negócio que sempre sonhei desde pequeno. No início do ano todas as metas eram voltadas para conquistar Wimbledon, mas logicamente não abdicando dos outros torneios. Espero que a ficha caia. Acho que essa vai demorar bem mais do que a de Roland Garros", disse Marcelo Melo.
Antes de chegar a Wimbledon, Marcelo Melo e Lukasz Kubot conquistaram outros dois torneios na grama. Os títulos em Hertogenbosch, na Holanda, e em Halle, na Alemanha, os ajudaram a ganhar confiança, e agora que entrou para a história do tênis brasileiro, ele já relata algumas mudanças em relação ao reconhecimento do seu trabalho.
"Na maioria das vezes, quando as pessoas me dão parabéns, as pessoas falam 'Pô, você ganhou Wimbledon'. Às vezes, quem não entende muito de tênis fala isso. Quando cheguei em São Paulo, um casal me reconheceu dentro do avião e foi muito legal a diferença de reação. Eles começaram a bater palma para mim dentro do avião, fiquei até com vergonha", revelou o Girafa.
"Já tinha conquistado Roland Garros, mas isso não havia acontecido comigo. Na imigração uma outra pessoa pediu para tirar uma foto, aí quando eu passei, outra pessoa falou para o meu amigo 'É, agora ele tem que ficar acostumado, porque ele vai ficar famoso'", completou.
Mas há um motivo para a diferença do comportamento do público com a conquista de Wimbledon. O próprio Marcelo Melo listou alguns detalhes, sem esconder o fascínio, que tornam o Grand Slam inglês mais atrativo do que o francês.
"O que torna Wimbledon tão especial é a tradição, jogar de branco, jogar na grama. Antes de jogarmos a final, o Lukasz gostaria de visitar a quadra central para imaginar o caminho que faríamos. Tivemos que pedir uma série de autorizações. Todo o protocolo mesmo depois do jogo, no jantar dos campeões… as pessoas dormem na fila para assistir aos jogos, então são algumas coisas que fogem um pouco do mundo moderno", concluiu.
Com o objetivo cumprido, Marcelo Melo pretende descansar um pouco antes de voltar à maratona de jogos e viagens. O próximo Grand Slam, o Aberto dos EUA, acontece apenas no final de agosto, entretanto, o novo campeão de duplas de Wimbledon também terá outros compromissos importantes, como os torneios de quadra dura que antecedem as duas semanas em Nova York, além de defender o Brasil nos playoffs da Copa Davis, contra o Japão, entre os dias 15 e 17 de setembro.