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REFENO

Amor a bordo: casal troca agitação de São Paulo por vida em veleiro e sela união na Refeno

Cláudio e Priscila completaram a regata à bordo do Beijupirá III em 44h49h46s e, após noivarem a caminho de Noronha, selaram o casamento na Ilha

postado em 16/10/2019 13:00 / atualizado em 16/10/2019 10:59

<i>(Foto: Cortesia)</i>
A Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha é, sem dúvidas, um prato cheio para contar histórias. Cada um dos 92 veleiros que partiram no último sábado do Marco Zero, no Recife, com destino ao Arquipélago carrega consigo um livro aberto. Seja sobre a embarcação, dos tripulantes e até mesmo do roteiro até chegar em Noronha. E uma dessas histórias são dos velejadores paulistas Cláudio e Priscila, que após noivarem a caminho do Recife, resolveram selar simbolicamente a união depois de concluírem o percurso de 295 milhas náuticas (550 quilômetros) em 44h49h46s à bordo do Beijupirá III.

“Estamos juntos há sete anos. Estava com a ideia de pedí-la em casamento em Noronha, mas quando paramos em Abrolhos (BA), que lá estava maravilhoso também, acabei fazendo o pedido lá. Aí o pessoal dos outros barcos ficaram sabendo e começaram a agitar para casar em Noronha. Aí disse: ‘Vamos fazer aqui!’”, relatou Cláudio Diniz de Agostino, 42 anos. “Ele me pegou de surpresa completamente. Já ganhei até meu vestido. Agora vamos tentar juntar os amigos aqui para fazer essa cerimônia simbólica”, completou Priscila Lima Silva, 37 anos.

Cláudio e Priscila vivem, literalmente, dentro do veleiro. Cansados da vida que levavam em São Paulo, saíram de seus respectivos empregos há três anos para viver do que realmente gostam. Tudo começou com a troca do antigo veleiro, de 37 pés, para uma “oportunidade única” de outro com 53 pés.

“Conseguimos vender o outro e levamos um ano para pensar exatamente o que faríamos com ele. E depois de um ano tivemos coragem de largar nossas coisas. Ele fechou a empresa que ele tinha e eu deixei o emprego que eu tinha. E fomos morar no barco”, conta Cláudia. 
<i>(Foto: Cortesia)</i>

Hoje, vivem em Paraty-RJ e trabalham como charter, - alugam o veleiro para outras pessoas para passar a experiência à bordo. Algo que vem crescendo no país e que deu certo para o casal. “É uma área que está crescendo. Já estamos há 3 anos morando no barco e desde que decidimos morar lá a gente se mantém disso e estamos investindo nele mesmo o dinheiro que entra. Viemos a Noronha também com o dinheiro dele. Então assim, é um trabalho que nos permite ter uma qualidade de vida, nos manter e ter os investimentos no barco”, relata a velejadora.

Refeno

Como explicou Cláudia, a vinda à Noronha também foi graças ao trabalho de charter. No Beijupirá III, além deles dois, vieram outros 10 tripulantes que pagaram para ter essa experiência à bordo e também sentir um pouco da adrenalina.

“É um divertimento, mas quando chega na reta final, bate uma adrenalina e um espírito competitivo. É muito legal essa sensação. Fizemos em 44 horas. E foi um tempo muito bom. Temos um veleiro de 23 toneladas e 53 pés e competimos com barcos bem mais experientes na categoria Bico-de-proa A. Não tinha uma categoria de acordo. Não é um barco bico de proa, mas o clássico também não podia. Mas a gente fez o máximo que podia dentro das possibilidades dele”, finalizou.