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VIOLÊNCIA

Violência marca saída do jogo entre Central e Retrô, pelo Campeonato Pernambucano

"Não foi briga de torcida, a gente foi atacado", disse uma testemunha atingida na confusão

postado em 18/01/2020 23:38 / atualizado em 18/01/2020 23:50

(Foto: Cortesia)
A vitória do Retrô, por 2 a 0, diante do Central, pelo Campeonato Pernambucano na noite deste sábado foi rapidamente ofuscada de maneira lamentável por um episódio de violência na saída do estádio Luiz Lacerda, em Caruaru. Segundo testemunhas, a torcida do Central iniciou uma briga com torcedores do Retrô, que tiveram que deixar a cidade escoltados pela Polícia. Cerca de quatro pessoas foram feridas e uma, atingida na cabeça, está sendo encaminhada para o hospital.

“O jogo acabou e a torcida do Retrô foi a primeira a sair. Subimos nos ônibus, que estavam enfileirados, mas o ônibus não saiu, porque a torcida do Central cortou um dos fios do motor. Eles se aproximaram e agrediram o motorista do primeiro ônibus. Tinha banco de madeira sendo jogado, pedra de gesso, e a gente não conseguia sair”, disse uma professora do curso de Comunicação da Unibra e torcedora do Retrô, que pediu para não ter sua identidade revelada.

“A polícia nos acompanhou até a saída da cidade. Foram de três a quatro feridos. E tem uma mulher em atendimento no hospital em Caruaru, com pancada na cabeça”, comentou.

A torcedora contou ainda que, apesar da presença de policiais, a situação não sofreu intervenção das autoridades de segurança. “Isso tudo estava acontecendo e a polícia a menos de 50 metros. Quando saí do estádio vi o carro do GATI, e eles nada fizeram. Foram uns cinco minutos de briga. A torcida do Central abordou e foi pra cima, não passavam de 20 (integrantes)”, afirmou. 

A torcida do Retrô saiu da capital pernambucana com destino à Caruaru em caravana, dividida em três ônibus. O meio de transporte, na hora do desespero, foi também lugar de refúgio. “Eles brigavam e a gente jogava gente pra dentro do ônibus. Começaram a brigar, pegaram o motorista e bateram nele. A gente que estava no segundo (ônibus) teve que descer. Eles batiam em quem desceu”, relembrou. “Não foi briga de torcida, a gente foi atacado”, argumentou.

A professora foi uma das pessoas atingidas no episódio, e detalhou o momento em que foi atingida. “Nós abaixamos dez segundos antes da pedra bater na minha janela. Quebrou a película e os estilhaços foram na minha perna e nas minhas costas”, disse.

Ela fez questão também de ressaltar o contraste do espírito esportivo da partida, com a violência presenciada.“Nunca passei por isso. A gente vem num jogo tranquilo em campo, chegamos bem, mas na hora de ir embora infelizmente isso aconteceu. Lamentável”, comentou.

Em contato com a reportagem do Superesportes, a assessoria do Retrô disse que ainda está apurando os fatos, para então se pronunciar. A mesma resposta foi dada pela assessoria do Central.