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CANDANGÃO FEMININO

Real e Minas iniciam decisão inédita do campeonato do Distrito Federal

Com expectativa de muitos gols, equipes travam disputa pelo título. Primeiro jogo ocorre neste domingo, às 10h, no Estádio Abadião, em Ceilândia

postado em 29/11/2019 23:09

(Foto: Ricardo Botelho/Divulgação)
 
Os últimos 12 anos do Campeonato Candango de Futebol Feminino foram marcados pela hegemonia do Cresspom. O clube amarelo e preto esteve em 11 das doze finais mais recentes e conquistou o título sete vezes, tornando-se o maior campeão local. No entanto, dessa vez, o Real Brasília quebrou essa sequência. Na primeira participação no torneio, o time das Leoas do Planalto desbancou o Cresspom e vai enfrentar o Minas Icesp na decisão do Candangão. O primeiro jogo será neste domingo (1/12), às 10h, no Estádio Abadião. Como as “Minas” permaneceram na Série A nacional, o Real Brasília garantiu vaga na segunda divisão brasileira de 2020. 
 
Em 2016, nasceu o Real Futebol Clube. A categoria feminina foi criada apenas neste ano com objetivo específico. “Hoje, o futebol feminino é um das formas mais rápidas de chegar ao campeonato nacional. É o primeiro ano e já estamos na Série B do Brasileiro”, disse Alisson Guirra, gerente de futebol. Ele e Pedro Ayub, diretor de futebol, encabeçaram a montagem do elenco. 
 
“Foi um grande desafio, pois sempre mexemos com o futebol masculino. Mas, como temos alguns contatos, fomos conversando e vimos vídeos de atletas. Quando as jogadoras chegaram, pedimos indicações, muitas se conhecem. Montamos um elenco que deu liga e é uma equipe equilibrada”, explica Alisson. 
 
Inicialmente, Célio Lino, treinador que comandou o departamento feminino do Gama nas últimas edições do torneio, foi para o Real e levou 10 atletas do Distrito Federal. Além delas, 14 jogadoras de fora integraram o grupo das Leoas do Planalto. Marcela de Cássia, 25 anos, é uma delas. A atacante de Pouso Alegre, Minas Gerais, estava no Vitória-PE, disputou a elite do Brasileirão feminino e foi campeã pernambucana neste ano. Em oito jogos pelo Candangão, tornou-se a artilheira, com 17 gols. 
 
“Foi uma equipe montada rapidamente, mas algumas meninas se conheciam. A Maiara, meio-campo, jogou comigo no Vitória. A gente pegou um time que estava começando, mas com a estrutura que o futebol feminino merece e, por isso, aconteceram as goleadas”, aponta Marcela. 
 
O Real chamou a atenção pelas goleadas. Na estreia, ganhou por 31 x 0 do Estrelinha. Depois, fez 12 x 0 diante do Paranoá, além de vencer por 9 x 0 o Brazlândia/Minas e o Santa Maria. Devido ao saldo de gols, terminou a fase de classificação na liderança. Em nove partidas disputadas, o time marcou 73 gols, com média de 8,11 tentos. 
 
Mas a defesa também é motivo de orgulho para as Leoas do Planalto. Letícia, 22 anos, é a goleira menos vazada: sofreu quatro gols em nove jogos. Ela teve passagens pelo Kindermann, quando foi reserva de Bárbara, goleira titular da Seleção Brasileira, e estava no grupo do Audax que disputou a Libertadores em 2018. 
 
Na terceira rodada, após o empate por 2 x 2 com o Minas Icesp, o Real decidiu demitir o técnico Célio. Evilásio, 52 anos, que estava na base do clube e assumiu o projeto. “Algumas ideias não batem com a do Célio e decidimos trocar, mas, após a mudança de comando, colocamos toda a nossa equipe para trabalhar com o feminino e conseguimos um salto de qualidade muito grande”, explica Alisson Guirra.
 
Evilásio comemorou o sucesso do projeto feminino do Real Brasília. “O planejamento deu certo e o objetivo foi alcançado. Conseguimos a classificação para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2020. Falta a cereja do bolo, temos de buscar o título. Não vai ser fácil, mas é o que eu sempre converso com elas: temos que ficar focados e ir atrás do nosso objetivo”. 

PROGRAME-SE
Candangão Feminino 2019
Final – jogo de ida
Real x Minas
Quando: neste domingo (1/12)
Horário: 10h
Local: Estádio Abadião
*Entrada franca

*Estagiária sob a supervisão de Fernando Brito