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COPA AMÉRICA

Catar distribui presentes para seduzir torcedores no Estádio do Morumbi

Entenda como a equipe árabe multiplicou o número de apoiadores nas arquibancadas e calou a Colômbia até os 40 minutos do segundo tempo. Campeões chegam à segunda vitória

postado em 19/06/2019 22:02 / atualizado em 19/06/2019 22:27

<i>(Foto: Marcos Paulo Lima/CB/D.A Press)</i>
 
São Paulo — O milagre da multiplicação de torcedores e simpatizantes da seleção do Qatar na Copa América funciona mais ou menos assim: os torcedores vindos de Doha, capital do minúsculo país árabe localizado no Golfo Pérsico, a 11.871km da capital paulista, entregam mimos aos brasileiros e até aos adversários na arquibancada. Ontem, os presentes foram flâmulas, cachecóis e bandeiras do país-sede da Copa 2022. Em troca, aumentaram os decibéis na arquibancada com sotaque árabe misturado com português, espanhol, inglês... Provocaram, xingaram, calaram os fanáticos “hinchas” da Colômbia até os 40 minutos do segundo tempo, no Morumbi, mas o gênio da lâmpada não atendeu ao pedido de conquistar mais um pontinho. Um gol de cabeça de Duván Zapata desmobilizou a torcida organizada.    

Aos gritos de “olê, olê, olê, olê, Catar, Catar”, a torcida “comprada” sofreu. Vibrou com a correta anulação do gol em impedimento de Roger Martínez. A cada Árbitro de Vídeo (VAR, na sigla em inglês) solicitado a favor da Colômbia — foram três —o chefe da “organizada”, Okacha Allaoua, fazia caras e bocas. Clamava por ajuda de Alá e virada de costas para o gramado como se fosse um catari da gema. Só que não! “Sou argelino, mas é uma seleção árabe”, justificou em inglês, bastante festejado pelos brasileiros que soltavam a voz com ele. 
 
 
No segundo tempo, cada milagre do goleiro Al-Sheeb, que sofeu apenas um gol na conquista da Copa da Ásia, em fevereiro, nos Emirados Árabes Unidos, era seguido pelo grito que Rogério Ceni, maior ídolo do São Paulo, costuma escutar no Morumbi. “P.q.p, é o melhor goleiro do Brasil”. Deram moral para camisa 1 quando o juiz apontou pênalti, mas reviu a decisão no VAR e desmarcou. Até quem não entendia nada em português entoava os cânticos.

Incomodado, James Rodríguez chegou a pedir para a torcida colombiana aumentar o volume numa cobrança de escanteio. Resistente, a bateria antiaérea do Catar suportava os cruzamentos para a área. Al-Sheeb crescia na frente do ataque inimigo. 
 
<i>(Foto: Miguel Schincariol  / AFP))</i>
 
Organizada na vitória sobre a Argentina e no primeiro tempo de ontem, a Colômbia partiu para o abafa nos minutos finais. Fora da zona de conforto, o Catar, cuja característica é a posse de bola, mostrou outra faceta: aguentou firme e encarou a força física do oponente à altura. O time recebeu quatro cartões amarelos contra apenas um do adversário.

De tanto insistir, a Colômbia chegou ao gol da vitória como estava desenhado. James Rodríguez cruzou de três dedos na cabeça de Duván Zapata. O atacante acertou o ângulo de Al-Sheeb. Indefensável. Restou aos simpatizantes lembrar os presentinhos para casa. Quem sabe, para usar daqui a três anos lá na Copa do Mundo do Catar.  

"Estamos muito satisfeitos com o apoio da torcida. A Colômbia tinha maioria no estádio, mas ouvi muitos gritos de Catar"
Félix Sanchez Bas, técnico do Catar

22.079 pagantes 
Público presente no Morumbi. Na véspera, a organização anunciara 37 mil bilhetes vendidos
 

FICHA TÉCNICA

1 COLÔMBIA (4-3-3)
Ospina; Medina (Arias), Mina, Davison Sánchez e Tesillo; Barrios, Cuadrado (Falcao Garcia) e Uribe; James Rodríguez, Duván Zapata e Roger Martínez (Luis Díaz)
Técnico: Carlos Queiroz

0 CATAR (4-5-1)
Al-Sheeb; Pedro, Hisham, Salman e A. Hassam; Madibo, Khoukhi, Al-Haydos (Doonzandeh), Hatem (Boudiaf) e Akram Afif
Almoez Ali
Técnico: Félix Sánchez Bas

Gol: Duván Zapata, aos 40 minutos do segundo tempo

Cartões amarelos: Uribe (Colômbia) / Pedro, A. Hassam, Madibo (Catar)

Público:  22.079 pagantes

Renda: R$ 5.385.300

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Brasil)