Volei

Em Minas, vôlei empolga mais o público que os jogos do Estadual de futebol

Média de público dos clubes mineiros que disputam a Superliga Masculina de Vôlei é superior a de alguns times que jogam o Campeonato Mineiro de 2012

Thiago Madureira





Com casa cheia, nessa quarta-feira, o Cruzeiro venceu o Rio de Janeiro por 3 a 0 e garantiu a primeira colocação na Superliga Masculina de Vôlei. Todos os 2 mil lugares do Poliesportivo do Riacho, em Contagem, estavam ocupados. Por outro lado, no último domingo, pelo Campeonato Mineiro, América e Atlético disputavam a liderança do Estadual. Pela importância do clássico, a Arena do Jacaré ficou vazia, com apenas 4.067 pagantes.
 
A empolgação que falta ao torcedor mineiro com o Campeonato Estadual de futebol sobra na Superliga Masculina de Vôlei. Mesmo em ginásios que comportam número reduzido de torcedores comparado aos estádios, a média de público de Vivo Minas, Cruzeiro e BMG Montes Claros é até maior que de alguns dos clubes que disputam a primeira divisão estadual (exceção feita à UFJF).

A equipe minas-tenista, que classificou aos playoffs em quinto, levou 22.021 torcedores em onze jogos como mandante na Arena Vivo, cuja capacidade é de 3.650. A média do Minas é de 2.001. Comparada aos times mineiros que disputam o Estadual, é superior à média do Tupi (1.942), América (1.587), Villa Nova (1.431) e Boa Esporte (1.347).

Mesmo mal na competição e sem destaques individuais, o Montes Claros, atual 10º colocado, conseguiu atrair os torcedores da cidade do Norte de Minas ao Ginásio Tancredo Neves, que abriga 6 mil lugares. Nos onze jogos como mandante, 16.574 pessoas compareceram para ver o Pequi Atômico em quadra, média de 1.506.
Público de Montes Claros abraçou equipe de vôlei masculino


Líder da competição, o Cruzeiro, que também conta com o apoio dos torcedores do time homônimo de futebol, lotou o Poliesportivo do Riacho (que comporta 2 mil pessoas) em quatro jogos. Ao todo, a equipe estrelada foi apoiada por 17.012 torcedores em onze jogos, média de 1.546.

Outro clube mineiro na Superliga Masculina é o UFJF. A equipe da Zona da Mata, que está na penúltima posição, teve média de 1.016. Embora o público não seja um dos maiores do torneio, essa é a estreia do UFJF na competição.

Embora menor, a média de público de Vivo Minas, BMG Montes Claros, Cruzeiro e UFJF se aproxima dos outros clubes que disputam o Campeonato Mineiro. Além de Tupi, América, Villa e Boa, outras cinco equipes tem média inferior a 3 mil pagantes por jogo: Nacional (2.023), Uberaba (2.056), Guarani (2.142), América-TO (2.443) e Caldense (2.491). Em um patamar acima, aparecem Cruzeiro (3.282), Atlético (4.086) e Democrata (6.139).

Avaliação

A forma como a Superliga está sendo organizada é primordial para o sucesso de público, afirma o supervisor do BMG Montes, William do Prado. “Conseguimos organizar uma das melhores ligas de vôlei do mundo. A CBV forçou os clubes a se organizarem a cada temporada. Isso fez com que conquistássemos a confiança das estrelas do vôlei brasileiro, que voltaram a atuar aqui”, explica o dirigente.

Diferentemente do futebol mineiro, as arenas que recebem as partidas de vôlei são bem localizadas, confortáveis e seguras. Outro fator preponderante é o baixo valor do ingresso. “O torcedor do vôlei sabe que vai sair de casa e vai encontrar um ambiente de lazer, tranquilo, com famílias. Assim, muita gente prefere ir aos jogos de vôlei ao futebol”, atesta Prado.
Organização do vôlei atrai adeptos em Minas Gerais


Para o gerente de esportes do Minas Tênis Clube, Luiz Eymard, o vôlei evoluiu baseado em novos conceitos do esporte. “Atualmente, a gente não disponibiliza apenas o jogo para o nosso público. O principal, claro, continua sendo a partida em si, mas temos outros atrativos. Durante o intervalo, temos apresentações de dança e um mascote, que anima a torcida o tempo todo”, afirma.

Com os melhores atletas brasileiros de volta à Superliga, houve evolução no nível técnico do torneio assim como na qualidade do espetáculo. O Campeonato Mineiro, por sua vez, conta com a presença de poucos bons jogadores e as equipes em geral apresentam deficiências técnicas e táticas.

Público dos times mineiros como mandantes na Superliga Masculina
Cruzeiro
Minas
Montes Claros
UFJF
UFJF - 512

Londrina - 918

Montes Claros - 1.730

Minas - 2 mil

Sesi - 1.846

Vôlei Futuro - 2 mil

Cimed - 2 mil

Campinas - 1.287

São Bernardo - 1.339

Volta Redonda - 1.380

RJX - 2 mil
Londrina - 2.234

Montes Claros - 1.282

Vôlei Futuro - 2.738

Sesi - 3.317

UFJF - 1.469

São Bernardo - 909

Campinas - 1.215

Cimed - 2.708

RJX - 1.803

Cruzeiro - 3.092

Volta Redonda - 1.254
RJX - 1.892

Cimed - 3.814

Vôlei Futuro - 1.777

Sesi - 2.477

UFJF - 977

Londrina - 1.117

Campinas - 1.344

Minas - 2.133

Cruzeiro - 1.293

Volta Redonda - 479

São Bernardo - 211
Vôlei Futuro - 800

Sesi - 700

Rio de Janeiro - 760

São Bernardo - 750

Campinas - 750

Cimed - 2.000

Cruzeiro - 1.500

Volta Redonda - 800

Londrina - 1.000

Montes Claros - 1.100