Vôlei
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SUPERLIGA MASCULINA DE VÔLEI

O passado como inspiração

Integrantes do time campeão brasileiro em 1984, no Rio, servem de exemplo para a geração atual do Minas, que terá de buscar façanha semelhante para decidir a Superliga

postado em 03/04/2013 10:29 / atualizado em 03/04/2013 10:32

Marcos Vieira/EM/D.A Press

Mais que nunca o Minas se apega às suas tradições e ao seu passado para buscar a última vaga para a final da Superliga Nacional Masculina de Vôlei, dia 14, contra o Cruzeiro. Para isso, é preciso voltar a vencer o Rio de Janeiro, sexta-feira, em pleno Maracanãzinho. É como uma volta no tempo, pois o primeiro título do clube, o maior campeão brasileiro da história, com sete conquistas, aconteceu justamente ali, em 1984.

E, para estimular seus comandados, o técnico Horacio Dileo foi buscar o apoio justamente com três dos campeões daquela época, o levantador Helder, o oposto Pelé e o intermediário Henrique Bassi. Primeiro, foi gravado um vídeo com palavras de incentivo, mostrado aos jogadores, antes da partida do último sábado, a vitória por 3 a 0 sobre o time carioca. Ontem, dois deles, Pelé e Helder, estiveram no treino da noite do time, para estimular ainda mais os jogadores.

Estar de volta à quadra do clube em que jogaram mexe com o oposto e o levantador. As lembranças estão vivas na memória. “Dá vontade de jogar sempre que entro aqui”, diz Pelé. “Segura as pernas aí, Pelé. Até parece que a gente tá indo pro treino final”, fala Helder.

Logo na chegada, um abraço familiar. O meio de rede Henrique se aproxima e abraça Helder: “Dê cá um abraço, tio.” Henrique é sobrinho de Helder e Carlos Rogério, que estavam no time que levantou não só o primeiro título, mas também o tricampeonato de 1984 a 1986. Eles fazem parte da história de do clube e da família Zech Coelho, que começou com “seu Paulo”, e que continuou com os filhos Sérgio Bruno, hoje presidente do MTC, Luiz Eymard, Helder e Carlos Rogério e que teve a continuidade na terceira geração, com os primos Henrique, filho de Simone, e Luizinho (que já parou), de Luiz Eymard.

Logo Lucarelli também se aproxima, como os demais jogadores. A curiosidade está no ar. Todos querem histórias daquela final. Pelé fala sobre o que mais o marcou. “Não esqueço da gente, os seis, reunidos para entrar em quadra. Estávamos em silêncio. Eles, o time da Atlântica, estavam do outro lado, cercados de jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas. Já se sentiam campeões. Do nosso lado, nenhum jornalista. Aquilo mexeu com a gente. Nos rostos da gente, muita raiva. Iríamos mostrar pra eles quem era o verdadeiro campeão.”

Pelé diz que terminado o jogo, na saída do Maracanãzinho, se recorda de Bernard e Bernardinho, duas das maiores estrelas do time carioca, sentados, no meio-fio, chorando. “Nós éramos os campeões.”

SUPERAÇÃO

Helder também teve um momento marcante naquela partida final. “Eu não esqueço que quando eles fizeram 2 a 0, apareceu uma pessoa, um homem, carregando a taça e a colocando em cima da mesa de cronometragem. Entendi que eles já davam como certa a conquista do título. Mostrei para o pessoal. Aquilo mexeu com a gente. Fomos para o tudo ou nada.”

Pelé anuncia que já comprou passagem para ir para o Rio. Helder diz que fará isso hoje. Chega a notícia de que ônibus estão sendo fretados para levar a torcida. Vão sair na manhã de sexta, dia do jogo. E pelo que se sabe, dois já estão lotados. Helder lembra que em 1984 eram vários os ônibus. “Foram uns 20 e nossa torcida, apesar de pequena, fez muito barulho e no final, festejou o tão sonhado título. Boa sorte para todos. Nos encontramos lá novamente.” O técnico Horacio Dileo, o autor da ideia do vídeo, também conversou com os tricampeões, mas como sempre, se mostra cometido e se limita a dizer: “Ainda não estamos na final, mas temos tudo para chegar lá.”

ENQUANTO ISSO...
...Sesi demite Giovane
A derrota do Sesi para o Cruzeiro (duplo 3 a 0) nas semifinais da Superliga Masculina acabou provocando a demissão do técnico Giovane Gávio. O mineiro de Juiz de Fora, campeão olímpico como jogador e vencedor da Superliga 2010/2011 no comando do time paulista, esperava se reunir com os dirigentes para planejar a continuidade de seu trabalho e foi surpreendido com a dispensa. Mas garante que se envolverá em outro projeto. “Fui pego de surpresa com essa notícia, a reunião era para falar sobre a próxima temporada, não imaginava que eu não faria mais parte. Mas a profissão tem dessas coisas, a posição de técnico está sujeita a isso, e agora já começo a pensar no futuro, num projeto novo.”