Volei

Penta celeste

Com vitória arrasadora sobre o Minas na casa do adversário, Cruzeiro chega à quinta decisão seguida na Superliga. E aguarda definição do rival paulista no jogo do dia 12

Cubano Leal levou a melhor sobre o bloqueio do Minas e foi eleito o melhor da partida
Num dia inesquecível para o vôlei mineiro, quando se viu um duelo espetacular, tanto em quadra, como nas arquibancadas, o Cruzeiro derrotou o Minas, por 3 a 0 (25-22, 25-11 e 25-19), fechando a série melhor de três pelas semifinais da Superliga Masculina e garantindo a classificação à final, dia 12, no Mineirinho. A hegemonia do vôlei mineiro nesse esporte fica ainda mais evidente, pois será a 11ª final consecutiva de uma equipe mineira, a quinta do Cruzeiro, que busca o terceiro título. Assim como o time celeste, o Minas fez cinco finais e o Montes Claros uma. O adversário sai do confronto entre Sesi-SP e Taubaté, que fazem a segunda partida da série hoje à noite, às 20h, em São Paulo. O Sesi ganhou o primeiro jogo, na casa do adversário.


À medida que o jogo ia fluindo, o Cruzeiro confirmando a sua vitória, os torcedores cantavam mais e mais e ouviram-se as músicas comumente cantadas no Mineirão, adaptadas para a quadra. O futebol virou vôlei com “Ha, há, hu, hu, a Arena é nossa”, em alusão ao ginásio do jogo, ou “Eu sou Cruzeiro, com muito orgulho, com muito amor”, ou ainda “Vamos Cruzeiro querido, de tradição, da Superliga, ser campeão”. E desse duelo, 2.600 vozes, que proporcionaram uma renda de R$ 38 mil, mais que a grande maioria dos jogos do Campeonato Mineiro.

A explicação do que ocorreu na partida é que um time, o Cruzeiro, tinha uma defesa eficiente, com Serginho (líbero), Leal e Filipe; além de um ataque arrasador, de Wallace, Leal, Filipe e os meios de rede Éder Carbonara e Isac. Além disso isso, um levantador espetacular, William, capaz de armar contra-ataques quando a bola parece impossível, perdida, como num lance em que foi ao outro lado da rede, pelo lado de fora da quadra e conseguiu fazer o levantamento de manchete, preciso para a batida de Leal.

A tudo isso, junta-se ainda o fato do time ter um saque inigualável na competição, apontado pelos adversários como quase perfeito. “É um saque chato, que não existe. Queríamos muito o terceiro jogo, mas não deu. Eles quebraram nossa recepção”, disso o ponteiro Samuel, do Minas. O fundamento também foi a causa apontada pelo levantador Everaldo. “Com o saque que têm, de tão eficiente, favorece o bloqueio deles ou então temos de passar as bolas de graça.”

LOUCURA
Enquanto se via a tristeza de um lado da quadra, do outro, festa. Filipe, por exemplo, dizia “isso é loucura. É uma sensação gostosa a que a gente sente. Um dia. Sei que vamos perder, mas enquanto esse não chega, quero aproveitar muito isso aqui.” O levantador William, um dos principais responsáveis pela vitória cruzeirense, achava tudo deslumbrante. “Isso é incrível. Cinco finais. Tenho confiança no time, nos companheiros. Procuro fazer o melhor, colocar sempre o companheiro em condições de pontuar. Já estou imaginando o Mineirinho, lotado, com 20 mil vozes gritando. Ter a chance de ser tri com esse time, com essa camisa, é demais”. O cubano Leal, com 16 pontos, foi escolhido o melhor jogador da partida, levando não só o Troféu Viva Vôlei, mas também um ovo de Páscoa como presentes.

Cruzeiro: William, Wallace, Éder, Isac, Leal, Filipe e Serginho (líbero), depiois Cachopa e Alan. Técnico: Marcelo Méndez. Minas: Everaldo, Escobar, Otávio, Flávio, Samuel, Canuto e Lucianinho (líbero, depois João, Petrus. Técnico: Nery Tambeiro.

 

ESTRELAS DO FUTEBOL NA ARQUIBANCADA


O vôlei faz parte do gosto de muita gente, até mesmo de quem é do futebol. Ontem à noite, na Arena JK, entre os 3.600 torcedores, estavam o técnico Marcelo Oliveira, do Cruzeiro, o zagueiro Paulo André, também do time celeste, e o meio-campo Mancini, do América. O treinador contou que estar no ginásio acompanhando a partida de ontem era uma espécie de volta ao passado. Ele contou que jogou vôlei nos tempos de adolescente. “Era da Seleção de Pedro Leopoldo. A gente disputava torneios contra Sete Lagoas, Matozinhos, Presidente Prudente. Lembro que era o mais novo do time. Até hoje, acompanho o vôlei e um jogo desse, quando dois grandes times se encontram, não poderia perder. Além disso, vim torcer para o meu amigo Marcelo Méndez, meu amigo, técnico do Cruzeiro.” Mancini contou também que o vôlei sempre fez parte de sua vida. “Jogava nos tempos de colégio, lá em Itabira. Ai, quando apareceu o futebol, parei, mas até hoje, se tiver uma peladinha de vôlei, jogo. É o meu segundo esporte.”