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SELEÇÃO BRASILEIRA DE VÔLEI

Após ouro, Lucarelli aproveita semana de folga em Contagem para curtir família e rever amigos

Campeão olímpico é colocado como líder da nova geração por Bernardinho

Ivan Drummond
Lucarelli curte conquista da medalha de ouro olímpica antes de apresentação ao Taubaté para temporada - Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press

Depois da dura rotina de treinamentos e da adrenalina de cada jogo da Olimpíada até a conquista do ouro, o mineiro Ricardo Lucarelli agora só quer curtir a família e os amigos em ContagemE descansar para o início do novo contrato com o Taubaté-SP, depois de duas temporadas no Sesi-SP.

“Na chegada a Confins, começou uma festaDe lá, viemos para casa e, quando cheguei, a primeira surpresa: havia um churrasco armado pra mimEstava a família inteira e alguns amigosFoi uma continuidade da comemoração que começou no Rio, entre todos os jogadores e nossas famílias”, conta Lucarelli.

As surpresas e compromissos não pararam por aí“Meu primeiro técnico, no time aqui da pracinha, perto de casa, Tutão, veio me dar um abraçoFiquei muito feliz.” Lucarelli também fez questão de ir ao clube onde começou a jogar vôlei, o Meritus, um projeto do técnico Geraldo Corgozinho“Fui lá ver os meninos, falar com eles, rever o Corgozinho e todo o pessoal de láNão poderia deixar de fazer isso”, reconhece.

O ponteiro campeão olímpico foi à missa, na Igreja de Nosso Senhor dos Passos, com os pais e a irmã“Tinha esse compromisso e fui cumpri-loFoi bom porque o pessoal todo adorou, o padre, os fiéis
Tiraram várias fotos comigoGostei muito.”

À noite, a vez dos amigos: uma pelada, seguida de churrasco“Eu tinha combinado com eles – todos companheiros meus dos tempos em que jogava futebol, cheguei a jogar no time de futsal de Contagem – que se fosse campeão olímpico viria aqui pra gente festejarSó não jogueiAinda sinto a coxa direita e as costasNão dava pra jogar e também não deveriaFiquei só no churrasco e foi muito bom, pois rimos muito, relembrando os tempos de garoto”, diz Lucarelli.

A contusão, inclusive, é motivo de preocupação: “Ainda sinto dor, tanto na coxa quanto nas costasFico deitado pra ver se melhoraNa verdade, estou descansando um pouco, pois na segunda-feira, me apresento ao Taubaté”As dores são reflexo do esforço feito durante os Jogos: “São um sinal de que fiz o certo para ajudar a conquistar o ouro
Estou empenado, mas valeu a pena”, brinca.

Casa movimentada A rotina mudou muito, conta Rafaela, sua irmã, que se forma hoje, em Farmácia, na UFMG“Está tudo diferenteO telefone não para de tocarÉ gente dando os parabéns e pedindo para vir aqui tirar foto com eleQuem quer autógrafo também”, contaNa escola e no trabalho, Rafaela também recebe os louros pelo irmão: “Eu não sou de ficar falando que sou irmã deleAí, na segunda-feira, quando cheguei na aula, veio todo mundo falar, cobrar que eu não tinha contadoNo hospital onde trabalho, o Santa Rita, aqui de Contagem, me deram os parabéns.”

O pai Sérgio, que é engenheiro eletrônico, se lembra sempre do início da carreira do filho: “Lembro do primeiro jogo deleFicava, antes da partida, me perguntando se ele iria ou não jogar, se entrariaMas jogouFoi minha primeira apreensão com a carreira deleDepois, veio com a disputa da Superliga e, agora, a OlimpíadaTudo foi sempre emocionante, mas confesso que a medalha olímpica é mais”, revela o pai coruja que vai para Taubaté na próxima segunda-feira para ajudar o filho com a mudança.

Rosa, a mãe, comemora o fato de ter o filho em casa, nem que seja por pouco tempo“Eu sinto muito a falta dele, principalmente nos almoços de família aos domingosO filho longe é muito ruim, pois o queria debaixo da minha asaMas me conforto porque o vôlei é a profissão dele e viajamos, pelo menos uma vez por mês, para encontrá-loEm fevereiro passado, fomos três vezes a São Paulo: para o Sul-Americano, depois no aniversário dele e num jogo importante da Superliga.”

Lucarelli em casa com a família, que acompanha de perto sua trajetória no vôlei - Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press

FALA, LUCARELLI

Liderança da Seleção
“Tudo bemEstou para o que der e vierPara colaborarTodo mundo é experienteNão é só o capitão que fala, que orientaTodo mundo falaA responsabilidade é divididaNão tem fardo.”

Preferência pelo Brasil

“Aqui tenho meus amigos, é onde está minha família, que posso visitar, onde está nossa torcida, não faz com que queira ir para o exteriorAqui temos uma liga competitiva e atrativa.”

O que faz nas folgas
“Fico um tempão no quarto, deitado na minha cama, vendo Games of trones, The Black list, entre outros seriadosGosto muitoNão sou de sair, a não ser por aqui, perto de casa, com os amigos.”

Lembranças da carreira
“Eu estava na seleção juvenil em Montes ClarosUm dia, a terra tremeuAchei estranho, mas nunca poderia pensar que era um terremotoDepois nos avisaramFoi um susto danadoNão sabia o que fazer, se corria, pra onde iriaO que fazer? Mas não foi nada.”