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GRAND PRIX

Depois de 22 anos, Brasil volta ao Mineirinho em jogo preparatório para o Grand Prix

Seleção Feminina encara Polônia em reencontro com público mineiro

Ivan Drummond
Seleção Brasileira em BH; para maioria das jogadoras, será a primeira vez no Mineirinho - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
A Seleção Brasileira Feminina de Vôlei volta a jogar no Mineirinho nesta terça-feira, depois de 22 anos, enfrentando a Polônia, às 20h30, em jogo preparatório para o Grand Prix Mundial, que será em julho. Das atuais 17 jogadoras convocadas pelo técnico José Roberto Guimarães, apenas a meio de rede mineira Adenízia e a oposto Natália já atuaram no maior ginásio da América Latina.
“Enfrentamos as polonesas no torneio de Montreux e elas têm um time jovem, mas de qualidade. Acredito que será um bom teste para o Grand Prix”, avalia o técnico José Roberto Guimarães, que coloca em quadra uma equipe renovada, dando chance a jogadoras novas, que nunca estiveram na Seleção, como início do trabalho de preparação para a Olimpíada de Tóquio.

Das atuais jogadoras da Seleção, três são do Minas: a oposto Rosamaria, a meio de rede Mara e a levantadora Macris, que acaba de ser contratada, para substituir Naiane, que também jogará hoje. Além disso, duas outras jogadoras começaram a carreira no Mackenzie, de ontem também saiu Mara, a levantadora Roberta e a meio de rede Carol.

O time atual conta ainda com as opostas Tandara, Monique, Fernanda Tomé e Edinara; as ponteiras Drussyla e Amanda; a meio de rede Bia; e as líberos Suelen e Gabi.

HÁ 22 ANOS A última vez que o Brasil jogou no Mineirinho foi em agosto de 1995, sob o comando de Bernardinho, na primeira rodada do Grand Prix. Os adversários foram Rússia, Coreia do Sul e Alemanha.

Hilma em lance contra a Alemanha, em 1995 - Foto: Eduardo Rocha/Arquivo EMNa Seleção Brasileira, um desfalque em quadra, mas não na torcida: a meio de rede Ana Paula, que se recuperava de uma contusão muscular. “Eu não disputei esses jogos, mas estava junto das meninas. Lembro que fiquei triste por não jogar, pois, no ano anterior, na primeira fase do Mundial, jogamos com 26 mil pessoas. Foi demais. O público nos dava todo o incentivo do mundo. Antes de chegar ao ginásio, pensava que o fanatismo da torcida era porque jogávamos eu, Ana Flávia, Hilma e Leila, no Minas. Mas não, era a paixão pelo esporte, pela nossa Seleção, que estava sempre brigando por títulos. Jogar no Mineirinho era a realização de um sonho”, lembra Ana Paula.

A meio de rede Ana Flávia também lembra com saudade, mas faz um alerta: “Espero que o ginásio esteja lotado, pois jogar com ele vazio é muito ruim. O mineiro é envolvido com o vôlei e a arquibancada cheia passa calor para o time, assim como era na minha época. A Seleção está passando por um período de renovação e precisa de apoio”. Com presença garantida no Mineirinho, Ana Flávia fará sua estreia na torcida pelo Brasil. “Eu vou. Pela primeira vez estarei como torcedora e não como jogadora.”

Outra mineira que atuou pelo Brasil no Mineirinho, Hilma conta que jogar no ginásio mineiro era “emoção pura, por reencontrar com a nossa torcida. Sinto uma saudade enorme do meu tempo de jogadora da Seleção. Foi no Mineirinho onde tudo começou para a Seleção”.

Memória
Base do Minas

A Seleção Brasileira que se apresentou pela última vez no Mineirinho, em 1995, era comandada por Bernardinho e estava em meio à preparação para os Jogos Olímpicos de Atlanta’96, quando o Brasil conquistou a sua primeira medalha de bronze. No time, a base do Minas, com Ana Paula, Ana Flávia, Hilma, Leila, Márcia Fu, além de Fernanda Venturini, Fofão, Ana Moser, Ida, Sandra Suruagy, Ricarda, Denise e Ângela. Era uma chave do Grand Prix Mundial, que pela primeira vez não era disputado na Ásia. O Brasil estreou contra Alemanha e venceu por 3 a 0. Em seguida, ganhou da Coreia do Sul, por 3 a 0. No último jogo, perdeu para a Rússia, por 3 a 2, mas ficou com o primeiro lugar e levou o prêmio de US$ 75 mil, no saldo de sets contra as russas. As partidas ainda eram na regra antiga, ou seja, em sets de 15 pontos, com tomada antes do ponto – o time só pontuava quando o saque era seu.