Vôlei
None

SUPERLIGA MASCULINA

Superliga Masculina começa neste sábado; mineiros tentam voltar ao topo

Cruzeiro e Minas entram en quadra neste sábado; América estreia no domingo

postado em 09/11/2019 08:00 / atualizado em 09/11/2019 09:27

(Foto: Agência I7/Cruzeiro)
Cruzeiro e Minas iniciam, neste sábado, caminhada na Superliga com o objetivo de retomar o título de melhor do Brasil. Vice em 2010, o Montes Claros retorna à competição em parceria com o América
Ivan Drummond

A Superliga Masculina de Vôlei, uma das mais fortes do mundo, começa neste sábado. A temporada 2019/2020 terá um sabor especial para os atletas por causa da Olimpíada de Tóquio. Um bom desempenho na competição pode significar uma vaga na equipe que representará o Brasil nos Jogos.

Doze equipes disputarão o título, com Cruzeiro, Minas e América/Montes Claros representando os mineiros. O estado tem 15 títulos nacionais no vôlei masculino – nove minas-tenistas, recordista brasileiro, e seis celestes, que conquistaram cinco taças seguidas.

Pequi atômico americano

Fora da Superliga na temporada passada por questões financeiras, o Montes Claros está retornando agora graças a uma parceria com o América. O time do Norte de Minas foi montado aproveitando a base de equipes mineiras, sendo que a maioria dos jogadores foi formada no Cruzeiro. O técnico Henrique Furtado conta com atletas experientes, como o líbero Kachel, que participou de quatro conquistas de títulos brasileiros com a equipe celeste, além de três mundiais. O meio de rede Pedrão, que na temporada passada atuou pelo Cruzeiro, e o ponteiro Jonatas também são experientes.

(Foto: Divulgação)


Da base do Cruzeiro saíram Ramme, Pablo, Rhendick, Armanelli e Lucas Bauer. O time contratou ainda um dos destaques da Seleção Argentina nesta temporada, o oposto Johansen.

O Montes Claros terminou o Campeonato Mineiro na terceira posição. O sonho de sua apaixonada torcida, acostumada a lotar a arquibancada em todos os jogos, é ver o time novamente na final, como ocorreu em 2010, quando foi vice-campeão da Superliga, na final contra o Florianópolis.

Aposta na base continua

O Minas segue uma tradição que, se ainda não rendeu títulos, mostra ser um caminho bastante promissor: o aproveitamento da prata da casa. Sob o comando do técnico Neri Tambeiro, o clube já revelou jogadores para a Seleção Brasileira. Dois deles, o oposto Felipe Roque e o líbero Maique, estavam na equipe que disputou o Pré-Olímpico, quando o Brasil garantiu a classificação para Tóquio'2020, e na Copa do Mundo do Japão.

(Foto: Orlando Bento/Minas)


Além de Roque e Maique, mais seis jogadores saíram da base do clube: Davy, Bernardo, Honorato, Lucas, Pingo e Matheus. A estes se juntaram quatro reforços de peso: o experiente levantador Rodrigo Ribeiro, o meio de rede Deivid e os ponteiros argentinos Ocampo e Lazo, este da seleção de seu país.

Segundo o técnico Neri Tambeiro, sua grande preocupação é com relação ao entrosamento. “O time jogou pouco. Era preciso entrar mais em quadra, pois só assim nosso entrosamento vai melhorar.” A equipe perdeu o título mineiro para o Cruzeiro neste início de temporada.

Com a força renovada

Campeão mineiro, o Cruzeiro é o time que passou pela maior reformulação entre todos os que disputam a Superliga. Saíram jogadores importantes, mas, pelo que se viu na final do Mineiro, as mudanças são promissoras. Para o lugar de Le Roux, o Cruzeiro trouxe o experiente Otávio, que começou a carreira no Minas, onde ficou por 10 anos, antes de se transferir para o Taubaté, clube pelo qual foi campeão da Superliga na última temporada. Além dele, dois ponteiros estrangeiros foram contratados: o argentino Conte e o canadense Perrin.

(Foto: Agência I7/Cruzeiro)


Mas a força do time também está em velhos conhecidos da torcida. O levantador Cachopa, que se firmou na Seleção, assim como o meio de rede Isac. Os dois ajudaram a classificar o Brasil para os Jogos Olímpicos e foram campeões da Copa do Mundo, no Japão. O técnico Marcelo Mendez se preocupa com o pouco tempo que teve para preparar a equipe. “Eu estive com a Seleção Argentina, na Liga das Nações, Pré-olímpico e Copa do Mundo, e somente retornei a Belo Horizonte há 20 dias. Espero que a gente ganhe entrosamento em breve.”


Para o campeão olímpico Nalbert (Atenas’2004), quatro equipes brigam pelo título e duas podem surpreender: “Taubaté, Cruzeiro, Sesi e Sesc são os favoritos. Duas equipes correm por fora e vão dar trabalho, o Minas e Campinas, que são equipes bem-estruturadas e com talentos. O Taubaté, atual campeão, se manteve forte. Espero a mesma potência da última edição do torneio. O Cruzeiro perdeu jogadores experientes, no entanto trouxe jovens talentosos, inclusive dois estrangeiros. Vai dar trabalho e brigar pelo título. Sesi e Sesc são equipes fortes também. O Minas tem a força da base. É uma tradição e sempre deu bons resultados. Campinas mantém a estrutura do ano passado.”

Já Carlão, medalha de ouro em Barcelona’92, discorda do companheiro Nalbert – ambos são comentaristas de vôlei na TV. Para ele, os favoritos são Taubaté, Cruzeiro, Sesc e Minas, com o Campinas correndo por fora. “O Taubaté está com a mesma estrutura da temporada passada. Saíram um ou outro. O Cruzeiro está bastante mudado, no entanto, vejo um trunfo que é o técnico Marcelo Mendez. Ele tem capacidade como ninguém para manter o nível da equipe, apesar da reformulação. Vai brigar pelo título. O Minas é um time reformulado, que tem a base montada em casa. Esse trabalho de base é muito importante, principalmente para o clube, onde joguei, fui tricampeão da Superliga. O Sesc está reforçado, com jovens talentos. Mas, talvez, o maior reforço esteja no banco, a contratação de Marcos Miranda, que estava na Itália, para ser o auxiliar de Giovane. Já o Campinas é um time muito certinho, aguerrido e acredito que vai incomodar.”

Paixão mineira 

O vôlei registra o segundo maior público em esportes no país, atrás apenas do futebol, e Minas Gerais se destaca com o recorde brasileiro: 22.500 pessoas no jogo entre Minas x Pirelli, no Mineirinho, pela semifinal da Liga Nacional de Vôlei de 1986 , vencida pelo clube de BH, que acabaria campeão. “O vôlei é uma paixão em Minas Gerais”, diz Nalbert.

Em relação à evolução da modalidade, Nalbert, que parou de jogar em 2010, considera o vôlei de hoje utilizando mais força do que técnica. “Quando comecei, era um outro momento. Para jogar, tive de me especializar no passe e defesa. Naquela época, não se podia receber um passe de toque. Era só de manchete. Por isso, treinava muito. Acabei me aperfeiçoando. Virei passador. Éramos mais técnicos. Hoje, o jogo é mais físico. Mais força. Mas temos atacantes excepcionais por conta disso”, analisa.

Carlão  encerrou a carreira em 2003 e tem opinião diferente. Para ele, hoje o jogo é mais veloz. “Eu treinava muito. Era mais físico que técnico. Mas eu acabei tendo de me reinventar. Era ponteiro no Minas. Fui pra Itália, onde joguei quatro anos, e virei oposto, além de passador. No Brasil, cheguei a atuar como falso ponteiro. Hoje tudo é diferente. Mas o esporte é o mesmo. E vamos para mais uma Superliga. Estou confiante de que será um grande torneio.”

Os clubes

América/Montes Claros
Blumenau-SC
Campinas
Caramuru*
Cruzeiro
Itapetininga-SP
Maringá-PR
Minas Tênis Clube
Ribeirão Preto-SP
Sesc-RJ
Sesi-SP
Taubaté
* Entrou na vaga do Botafogo, que encerrou suas atividades

Os mineiros na 1ª rodada

Sábado
19h - Itapetininga-SP x Minas (TV Cultura)
19h30 - Ribeirão Preto x Cruzeiro (SporTV 2)

Domingo
20h - América/Montes Claros x Sesc (TV Cultura)

Tags: cruzeiroec americamg volei minas volei maisesportes