Salum ajudou a equilibrar as contas do clube e agora pensa em melhorias

Ao contrário dos grandes clubes brasileiros que seguem em um constante acúmulo de dívidas, o América se orgulha de manter as contas em dia e poder comemorar o ano do centenário sem grandes preocupações financeiras.

”O América conseguiu, mesmo com as dificuldades, criar os seus mecanismos para manter a casa em ordem. Os impostos e os credores estão em dia. Os salários dos jogadores também são pagos rigorosamente”, contou o integrante do conselho administrativo Marcos Salum, em entrevista ao Superesportes.

O conselheiro Olímpio Naves, dirigente responsável pelo marketing do América, explicou que as fontes de arrecadação do América não são muito diferentes dos outros clubes brasileiros. No entanto, o alviverde tem como diferencial um projeto inovador de captação de verbas utilizando seu patrimônio.

“O América depende, basicamente, de patrocínio, publicidade e eventuais negociações de jogadores como foi o caso do lateral-direito Danilo, que foi vendido para o Santos, no ano passado, e hoje está no Porto. O dinheiro da televisão também é fundamental”, disse.

“Nós estamos com uma política de transformar o patrimônio imobiliário do América em receitas fixas mensais. O primeiro exemplo disso foi o Shopping Boulevard. Fizemos um belíssimo negócio para o clube: ficamos com quase 50% da área física do terreno e recebemos mil metros quadrados de um prédio comercial ao lado do Shopping. O América recebe um percentual de toda a receita bruta do Boulevard. Na negociação, também recebemos um terreno de 96 mil metros quadrados anexo ao CT Lanna Drumond. A ideia é, no futuro, transformar isso em empreendimentos imobiliários”, completou.

Olímpio Naves também falou sobre a importância das categorias de base para a história do clube. O dirigente garantiu que haverá mais investimentos nos jovens talentos visando ao equilíbrio da balança financeira e a construção de times campeões. “Nós estamos preparando um super upgrade nas categorias de base. Porque nesse setor o América tem tradição em fazer dinheiro. Vamos formar jogadores para criar times vencedores e algumas negociações por ano”, ponderou.

Futuro promissor

Apesar da estabilidade nesta temporada, o América viveu recentemente um período financeiro conturbado. Em 2009, o time disputou a Série C do Brasileiro, não arrecadou o suficiente para pagar os funcionários e teve um déficit enorme no final daquele ano.

“A temporada de 2009 foi um ano negro para o América, de muita dificuldade. O clube estava numa situação muito difícil. Melhorou um pouco com o acesso à Série B, mas vivemos outro período ruim no lado financeiro em 2010. Mas tudo ficou melhor com nossos projetos. É muito difícil gerir o clube, porque tudo em Minas vai para beneficiar Atlético e Cruzeiro. Tudo no país ajuda o futebol de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas nós vamos mudar essa realidade”, afirmou Salum.

Para Olímpio Naves, o América será um dos clubes mais ricos do país nos próximos anos.“O América se reestruturou de tal maneira que negociou suas dívidas internas. Evidentemente não está sobrando dinheiro para fazer o melhor time do mundo, mas vamos caminhar nessa direção nos próximos anos. Dentro de muito pouco tempo, estaremos com as dívidas zeradas, teremos as receitas de todos esses patrimônios e teremos boas revelações na base. Dentro de quatro ou cinco anos estaremos entre os maiores clubes brasileiros no quesito financeiro”.