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RIO'2016

Brasileiros que aderiram a programa de incentivo das Forças Armadas dominaram pódios no Rio

Das 19 medalhas conquistadas para o Brasil na Olimpíada, 13 foram de militares

postado em 23/08/2016 10:00 / atualizado em 23/08/2016 08:30

AFP

O quadro de medalhas da delegação brasileira na Rio'2016 se destacou não apenas pelo fato de o país ter atingido seu melhor desempenho em Jogos Olímpicos. A grande participação de atletas militares no pódio chamou a atenção e, como nos Jogos Pan-americanos de Toronto, no ano passado, provocou reações favoráveis e contrárias à militarização dos competidores do país. Longe da polêmica sobre os gestos de respeito à Bandeira do Brasil e ao Hino Nacional, sejam em forma de continência no pódio, sejam na simples reverência em posição de sentido, a realidade é que a disciplina, a concentração e a força são característica marcantes da rotina de militares e atletas.

Das 19 medalhas brasileiras na Olimpíada do Rio, 13 vieram por meio de competidores que se tornaram militares por meio de programa federal de ajuda a atletas de alto desempenho. O time de judô, por exemplo, era todo formado por militares. Os ouros do salto com vara e do boxe vieram das mãos de representantes das Forças Armadas. Entre os medalhistas na Rio'2016, somente o canoísta Isaquias Queiroz (duas prata e bronze), o ginasta Diego Hypólito (prata), além dos jogadores do vôlei e futebol masculinos (ouro), não eram militares.

No ano passado, os repetidos gestos de continência nos pódios dos Jogos Pan-Americanos de Toronto não tiveram boa repercussão no Brasil. Na Rio'2016, a presença das Forças Armadas foi a maior desde a introdução de programa dos militares no esporte olímpico. Nos Jogos de Londres, os atletas militares representaram 20% — a terceira maior delegação, atrás de República Tcheca (42,86%) e da Alemanha (29,8%). Quatro anos antes, em Pequim, a porcentagem brasileira era de 1,12% (apenas a 12ª). No Rio de Janeiro, os representantes da Aeronáutica, Exército e Marinha chegaram a 20% dos 465 esportistas.

No pódio, as judocas Rafaela Silva, campeã olímpica na categoria até 57 Kg, e Mayra Aguiar, bronze (até 78 Kg), e a nadadora Poliana Okimoto (bronze) não prestaram continência ou ficaram em posição de sentido na cerimônia de premiação. Os demais alternaram as duas formas ao receber suas medalhas.

Para o diretor-executivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marcus Vinicius Freire, a participação das Forças Armadas “foi fundamental” no time Brasil. “Ao adotar os atletas, possibilitaram a continuidade de preparação de vários deles. Estamos negociando a manutenção desse projeto”.

Os investimentos das Forças Armadas em atletas de alto rendimento começaram em 2008. Uma das missões era conquistar bons resultados nos Jogos Mundiais Militares de 2011, no Rio de Janeiro. Em seguida, a Olimpíada de Londres e o Pan-americano de Toronto em 2015. Os atletas inscrevem-se anualmente em editais publicados pelas corporações. A maior parte encaixa-se como 3º sargento e recebe, em média, salário de R$ 3,2 mil. Por ano, o Ministério da Defesa gasta R$ 18 milhões com os olímpicos. Em 2017, a iniciativa terá assegurados cerca de R$ 18 milhões.

• REFORÇO NA DEFESA


O Programa de Atletas de Alto Rendimento (Paar) do Ministério da Defesa foi criado em 2008 e beneficia atualmente 670 pessoas, sendo 76 militares de carreira e 594 temporários. Os atletas contemplados têm à disposição todos os benefícios da carreira militar, como salário, plano de saúde, férias e assistência médica, incluindo nutricionista e fisioterapeuta, além de dispor de todas as instalações esportivas militares adequadas para treinamento. O programa inclui 26 modalidades olímpicas: atletismo, badminton, basquete, boxe, ciclismo, esgrima, futebol, golfe, handebol, hipismo, judô, levantamento de peso, lutas associadas, maratona, nado sincronizado, natação, pentatlo moderno, remo, saltos ornamentais, tae-kwon-do, tiro, tiro com arco, triatlo, vela, vôlei e vôlei de praia.

Tags: brasil rio 2016 medalhas forças armadas

O anunciante aqui presente não possui relação com os Jogos Rio 2016 e é patrocinador exclusivo da cobertura editorial dos Diários Associados MG para o evento.