Sérgio Coelho repudiou marcação da Supercopa para Arena Cuiabá e apontou vantagem para o Flamengo (Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


O Atlético repudiou a oficialização do jogo da Supercopa 2022, diante do Flamengo, na Arena Pantanal, em Cuiabá, no próximo dia 20. O presidente do Galo, Sérgio Coelho, reclamou do local e também do horário (16h), que segundo ele serão benéficos ao rubro-negro. O mandatário disse que o clube carioca já sabia com antecedência que a partida seria no Mato Grosso, tanto que se antecipou ao providenciar a hospedagem na cidade. 




A grande reclamação dos atleticanos é que, como o time ganhou o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, ambos na temporada passada, teria o direito de jogar com o mando de campo a favor, ou mesmo indicar o local da partida. Enquanto que o Flamengo, que disputará a Supercopa deste ano como vice-campeão brasileiro, na visão dos alvinegros levaria vantagem nítida pelo fato de ter mais torcedores presentes em Cuiabá. 

A Supercopa é disputada em jogo único e com mando de campo determinado pela CBF. A decisão tradicionalmente reúne o vencedor do Campeonato Brasileiro e da Copa Brasil da temporada passada. Em caso de empate no tempo normal, o vencedor do troféu será conhecido nas penalidades máximas. 

O jogo entre Atlético e Flamengo pela Supercopa foi marcado pela indefinição do local desde o fim do ano passado. O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, chegou a ser anunciado pela CBF para receber a partida. Porém, com o avanço da variante Ômicron e os protocolos criados pelo governo do Distrito Federal para reduzir os efeitos da pandemia, proibindo a presença de público em arenas esportivas nesse período, inviabilizou a decisão na capital federal, o que motivou o impasse. 




Em entrevista à Rádio Itatiaia, Sérgio Coelho elogiou tanto a capital do Mato Grosso como a Arena Pantanal, mas considera que o Flamengo foi beneficiado pela CBF, que pelo regulamento indica o mando de campo da Supercopa. O mandatário alvinegro vê dificuldades para a torcida do Galo comparecer ao estádio, o que segundo ele trará um desequilíbrio nas arquibancadas.
"Recebemos hoje (quarta-feira) o comunicado da CBF sobre o nosso jogo da Supercopa marcado para Arena Pantanal, em Cuiabá. É uma grande cidade, a arena é espetacular, de Copa do Mundo, e vamos fazer um bom jogo lá. O Atlético tem muito carinho pela cidade e por todos lá. A insatisfação é porque a CBF deveria dar condição de igualdade aos dois clubes, em uma decisão tão importante como essa. E no nosso entendimento, a marcação para a Arena Pantanal privelegiou o nosso adversário", enfatizou.



O presidente do Galo enumerou motivos para apontar um certo privilégio ao Flamengo na escolha do local da Supercopa. Ele considera que o rival será beneficiado não só pela presença maior da torcida, mas também dentro de campo, na parte física, em decorrência do horário. A justificativa é o fato de o time carioca ter voltado antes das férias, já que o Atlético esticou a temporada passada com as finais da Copa do Brasil, diante do Athletico. 




"Primeiro, todos sabem da grandeza da torcida do Flamengo, em números é a maior do mundo. Nossa torcida, a mais apaixonada do mundo, não vai conseguir estar na Arena Pantanal, pelas distâncias, pelos custos, e o Flamengo tem muitos torcedores naquela região. Isso gera um desequilíbrio", argumentou. 
"O segundo problema que a gente acha é que devido ao Atlético ter disputado as duas partidas da final da Copa do Brasil, entramos de férias depois que o Flamengo. O Flamengo voltou em janeiro, bem antes que o Atlético. Estamos com oito ou dez dias a menos que o Flamengo em preparação física. Considerando que Cuiabá é uma cidade muito quente, na hora do jogo vai estar lá com 35 ou 40 graus, isso também vai beneficiar o nosso adversário", previu.

A terceira justificativa do mandatário sobre suposto benefício ao Flamengo é que o o rival se antecipou em providenciar a hospedagem da delegação em Cuiabá. Sérgio Coelho disse que o clube carioca já estava ciente de que a partida ocorreria na capital do Mato Grosso, tanto que se antecipou em reservar hotel.  
"Por último, o que mais nos incomodou, é que quando ficamos sabendo que o jogo seria lá, ontem (terça-feira), através de uma matéria, nosso departamento de logística imediatamente fez contato com o melhor hotel da cidade, para que a gente pudesse ficar nele. A resposta que chegou para nós é que o Flamengo já tinha marcado há mais tempo. Então, essa decisão já vinha sendo discutida na CBF e o Flamengo já sabia dessa decisão. A prova maior foi contratar o hotel alguns dias antes", alegou.




Rixa antiga


Sérgio Coelho relembrou até a decisão do Brasileiro de 1980, entre Atlético e Flamengo. O dirigente disse que a CBF privilegiou o rubro-negro com a marcação do segundo jogo da final para o Maracanã. Então, essas desigualdades que nos incomodam muito, achamos que isso poderia ser evitado e estamos até cansados, pois se voltarmos no passado, em 81 (a final foi no início do ano seguinte e os cariocas foram campeões em casa), a CBF tirou a finalíssima entre Atlético e Flamengo do Mineirão e levou para o Maracanã, sem justificativas", recordou.

Ingressos


Outra preocupação do dirigente é sobre os ingressos destinados aos atleticanos para a final da Supercopa. "Vamos ver o regulamento, ver como funciona a questão de ingressos. Certamente, será a metade para cada um. acredito que seja isso, mas se o Atlético não conseguir vender os ingressos, temos que ver como ficará, se passará para o nosso adversário. Vamos mobilizar a torcida para que esteja presente, nossos atletas estão muito animados, entusiasmados, treinando muito, todos estão muito envolvidos nesse jogo, e a torcida nem se fala", frisou.

"Então, essas coisas vao criando revolta na gente, ao longo dos anos. Mas vida que segue, nosso time é bom e vamos disputar o tíutlo para ganhar. Estamos otimistas e com o Galo é assim, vai no amor e na raça. Estamos firmes. Vamos com a convicição e otimismo que faremos uma grande partida e que Deus queira que a gente traga esse título tão importante para a massa atleticana", completou.