Erasmo Damiani, gerente das categorias de base do Atlético (Foto: Reprodução/YouTube/GaloTV)


Gerente da base do Atlético, Erasmo Damiani criticou a impaciência de parte da torcida do clube mineiro com os jovens "da casa". O profissional também apontou um caminho para que o Galo passe a revelar talentos com mais frequência e, consequentemente, exporte esses jogadores por valores mais expressivos ao exterior.



 
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Damiani acompanhou as manifestações da torcida durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior. No principal torneio de categorias de base do país, o Galinho caiu na terceira fase, diante do Água Santa, de São Paulo.

"Às vezes, ao invés de promover, você está rebaixando [os jovens]. Eu já senti isso, porque ao mesmo tempo que o torcedor do Atlético quer um jogador da base no profissional, se ele erra três passes num jogo, o torcedor já cria um cenário negativo. Exemplo: numa sexta-feira, nós ganhamos do Nova Iguaçu e o torcedor do Atlético colocou o time da Copinha como 'os melhores'. Alguns jogadores acima da média. Nós empatamos com o Água Santa e caímos, esses mesmos torcedores colocaram esses jogadores lá embaixo", avaliou Damiani em entrevista ao Donos da Bola, da Band.

"Então, nós temos que ter esse equilíbrio. E o clube tem que entender de ter esse equilíbrio para daqui a pouco não colocar um jogador numa necessidade. Ao invés de promovê-lo, você está colocando para baixo", enfatizou.




Como o Atlético pode revelar mais?


É consenso entre os torcedores do Atlético de que o clube deveria revelar mais jogadores. Erasmo Damiani acredita em um ciclo que se alimenta à medida que um time de futebol passa a produzir novos talentos e que, somente assim, a visão do mercado pode ser transformada.

"A partir do momento em que você começa a produzir jogadores, começa a vender e vender, o mercado lá fora olha assim: 'O Atlético é um clube formador e vendedor'. Qual foi a última grande venda do Atlético? O Bernard. Depois foi Bremer, Jemerson... Mas não foi uma sequência, como outros clubes fazem. O mercado lá fora já vai em alguns clubes pontuais, porque eles sempre estão vendendo", opinou.
 
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Por fim, o gerente das categorias de base alvinegras apontou o que acredita ser o maior mérito do trabalho que vem desenvolvendo com a atual diretoria do Atlético. "Acho que a grande mudança nossa é olhar lá para baixo. O Atlético tinha até sub-11, hoje nós temos até sub-8. Nós estamos caminhando e temos que estar de olho nesses meninos, porque você começa desde cedo a criar um vínculo com esse menino. Mesmo que ele receba uma proposta de fora, ele já está vinculado ao clube, gostando do clube e a saída é muito mais difícil", encerrou.