Em busca do tricampeão mundial, Didier Deschamps vai disputar a terceira final de Copa pela França (a segunda como técnico) (Foto: FRANCK FIFE / AFP)


Reinventar-se. Este talvez seja o verbo que melhor se encaixe na campanha francesa rumo à final da Copa do Mundo no Estádio Icônico de Lusail. Desde o período preparatório, antes mesmo de desembarcar no Catar, a atual campeã tem tido que lidar com um baque atrás do outro. Kanté, Pogba, Kimpembe, Maignan, Kamara, Nkunku... Os desfalques pré-Mundial geraram desconfiança sobre o que esse time seria capaz de fazer. À lista, somaram-se outros dois titulares: o lateral-esquerdo Lucas Hernández e o centroavante Benzema, melhor jogador do planeta. Coube a Didier Deschamps, contestado por tantos, encontrar as soluções.




"Temos superado situações imponderáveis, com vários lesionados, e temos avançado. Agora, estamos na final e estamos prontos para disputar. Mas acredito que o meu colega argentino (Lionel Scaloni) também tem enfrentado os seus problemas. Cada um tem as suas situações. O essencial é manter a serenidade", disse, com olhar tranquilo, o bicampeão mundial (como jogador em 1998 e como técnico em 2018).

Deschamps tem razão quando aponta que os outros também tiveram de lidar com problemas, mas nenhum dos 32 treinadores da Copa do Mundo o fizeram com tanta maestria.

No meio-campo, apostou em Tchouaméni para o lugar de Kanté quando todos esperavam escolha diferente. O jogador do Real Madrid se transformou no motor da equipe e é um dos destaques da competição.




À frente dele, o atacante Griezmann se descobriu como um exímio camisa 10 - mas não daqueles que só vão à frente, e sim os que se comprometem defensivamente pelo time. No comando do ataque, viu o contestado Giroud chegar à decisão com menos gols apenas que Messi e Mbappé.

Ao buscar soluções, Deschamps não gosta muito de pensar nos que já foram. Nos últimos dias, o treinador tem sido questionado sobre Benzema. O atacante se lesionou dias antes da estreia no Catar e voltou à Europa para realizar o tratamento.

A França optou por não substituí-lo na lista de inscritos na Copa do Mundo, o que abriria a possibilidade de tê-lo de volta nas instâncias decisivas da competição. O centroavante se recuperou, disputou um amistoso pelo Real Madrid e... Não vai voltar. A situação causou polêmica na imprensa internacional.




Questionado sobre o tema após a semifinal contra Marrocos, Deschamps bufou em sinal de reprovação e se rejeitou a falar sobre Benzema, o que aumentou o debate - apimentado pelo atacante, que fez postagens que soaram como indiretas nas redes sociais. Neste sábado (17), o treinador voltou a ser perguntado. Desta vez, respondeu.

"Vocês estão espalhando a notícia entre os jornalistas estrangeiros? Se eu não responder, vocês vão dizer que estou chateado. Tenho jogadores que já se machucaram antes. Karim é um deles. O último a se machucar foi Lucas Hernandez. Desde então, tenho 24 jogadores para administrar", iniciou.

"Tínhamos um grupo no início e que, pelo que aconteceu... Perdemos três deles, com o Nkunku no início. Eles faziam parte do início da aventura. Amanhã (domingo) serão 24. E para constar, estou sorrindo", ironizou.



Dugout


Todos à disposição


A França corria o risco de ter ainda mais desfalques no jogo mais importante da competição. Na sexta-feira (16), cinco atletas foram desfalques no treinamento: Varane, Konaté e Coman, contaminados com um vírus, Tchouaméni, por problema no quadril, e Theo Hernández, com dores no joelho.

O quinteto se recuperou e treinou neste sábado. Portanto, Deschamps tem todo o grupo à disposição para buscar o tricampeonato.

À imprevisibilidade argentina, contrapõe-se a constância francesa. A equipe que vai a campo provavelmente será a mesma que iniciou três das seis partidas da Copa, com Lloris, Koundé, Upamecano, Varane e Theo Hernández; Tchouaméni, Rabiot e Griezmann; Mbappé, Dembélé e Giroud.

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