Supermercado BH já utiliza antiga sede administrativa do Cruzeiro (Foto: Rafael Arruda/Superesportes)

Quem passa pela Rua dos Timbiras, número 2903, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, já observa as mudanças na antiga sede administrativa do Cruzeiro, alugada ao Supermercados BH por dez anos. 




Com faturamento de R$ 11 bilhões em 2021, o grupo varejista do empresário Pedro Lourenço instalará o setor de recursos humanos no prédio de oito andares que não exibe mais o letreiro com os nomes do clube e do ex-presidente Zezé Perrella.


Em 2019, o Cruzeiro já havia retirado o nome de Perrella por causa de uma pichação. Depois, o letreiro voltou a ser instalado e permaneceu durante alguns meses após a transferência da administraçao para o bairro Santa Efigênia, em fevereiro de 2021.

Fachada do prédio quando ainda era sede do Cruzeiro (Foto: Alexandre Guzanshe/EM D.A Press)


Ao mudar o corpo gestor para salas da WeWork, no Boulevard Shopping, a diretoria cruzeirense estimou uma economia anual de R$ 2 milhões com manutenção e despesas fixas e ainda vislumbrou a geração de receitas comerciais com o patrimônio.




Inicialmente, a expectativa era vender o imóvel por um valor entre R$ 43 milhões e R$ 50 milhões. Um dos interessados na aquisição seria o Ministério Público de Minas Gerais.


No entanto, as tratativas para a alienação do edifício não avançaram, e o Cruzeiro acabou fechando um contrato de aluguel com os Supermercados BH até 2031. O clube recebeu R$ 9 milhões por todo o período do vínculo e utilizou o recurso para quitar salários atrasados de jogadores e funcionários.

Além da sede, o Cruzeiro tem planos para o clube social do Barro Preto. Há um projeto para a construção de um shopping, dois prédios residenciais e uma torre comercial. O empreendimento poderia render de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões à Raposa no futuro.

O faturamento com patrimônios servirá para reduzir a dívida do Cruzeiro, hoje calculada em R$ 1 bilhão. Também entrarão recursos gerados pela Sociedade Anônima do Futebol, com 90% das ações a serem compradas pelo ex-jogador Ronaldo por R$ 400 milhões.