Na visão do Fenômeno, em três meses de trabalho já foi possível dar esperança à torcida e promover ajustes na administração em relação às gestões anteriores. (Foto: Ronaldo TV/Reprodução)



Irritado com críticas feitas à sua proposta para aquisição da Sociedade Anônima do Cruzeiro, Ronaldo argumentou durante sua live, nesta terça-feira (29/3), que sua gestão oferece ao clube muito mais que o investimento inicial de R$ 50 milhões e a possibilidade de aportar mais R$ 350 milhões de "receitas incrementais".



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Na visão do Fenômeno, em três meses de trabalho na Toca da Raposa já foi possível dar esperança à torcida de dias melhores e promover ajustes relevantes na administração em relação às péssimas gestões anteriores.

"Quero dizer o seguinte: quanto vale isso, quanto vale esse resgate do orgulho do cruzeirense? Quanto vale isso? Os comentaristas estão calculando isso? Quanto vale já essa economia toda que a gente já fez em três meses de clube? Eu vou trazer aqui na sexta-feira alguns números de economia que a gente somente nesses três meses. E o que a gente pode fazer mais pra frente", posicionou-se Ronaldo, em resposta a críticos.

"Eu tô aportando uma gestão eficiente, né? Eu consegui, através de toda equipe, sempre que falo eu, em algum momento vou falar eu, mas quero dizer a minha equipe toda, tá? A equipe da minha gestão administrativa, como a do futebol, do Paulo André, Pedro Martins, Gabriel Lima, o Victor na comunicação, o Rafa no financeiro. Tem uma turma grande por trás fazendo esse trabalho", completou.




O empresário e investidor voltou a rebater críticas feitas por comentaristas de que sua proposta pelo Cruzeiro é muito baixa em comparação às compras recentes do Botafogo e do Vasco. 

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Em dado momento, Ronaldo fez um desabafo. " Parece que aqui eu não estou aportando nada, né? Que eu só fiz uma proposta baixa, e que eu não valho nada. É isso?".

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Acordo entre Cruzeiro e Ronaldo

 
Ronaldo quer que as Tocas da Raposa I e II sejam incluídas na aquisição da SAF. Em troca, comprometeu-se a assumir a dívida tributária do clube, hoje calculada em R$ 180 milhões e com parcelas superiores a R$ 1 milhão até 2032.




Alguns conselheiros se posicionaram de maneira favorável aos anseios de Ronaldo, ao passo que outros entendem que a associação correrá o risco de perder definitivamente os patrimônios e não terá condições de arcar com o restante do passivo em 10 anos.

A Mesa Diretora do Conselho Deliberativo também questionou as condições iniciais do negócio, em que Ronaldo aplicaria R$ 400 milhões - R$ 50 milhões na assinatura do contrato e R$ 350 milhões na atividade do futebol - vendas de jogadores, direitos de TV, sócio, bilheteria e patrocinadores.

Segundo a diretoria do Conselho, "tais receitas 'incrementais' foram definidas como sendo aquelas que suplantassem, a cada ano, a receita média anual apurada com base na média ponderada das receitas auferidas pelo Cruzeiro no período compreendido entre 2017 e 2021".




A média de faturamento do Cruzeiro de 2017 a 2021 deve ficar na casa de R$ 220 milhões. Ou seja, Ronaldo apenas faria um "complemento" caso a SAF não atingisse esse valor. E ele teria a alternativa de devolver um percentual à associação civil em vez de colocar mais dinheiro no negócio.

Embora Ronaldo não tenha assumido nenhuma dívida, a lei determina que a SAF reserve 20% de suas receitas mensais para a redução do passivo da associação civil, hoje na casa de R$ 1 bilhão. Ou seja, se o Cruzeiro arrecadar R$ 300 milhões em um ano, R$ 60 milhões precisam ser destinados à amortização dos débitos.

Mesmo sem assinar a compra da SAF, Ronaldo quitou R$ 23 milhões na Fifa, encerrou o transfer ban no fim de janeiro e possibilitou o registro dos reforços contratados pelo Cruzeiro para 2022. O gestor também assegurou o pagamento de salários em dia.




Em campo, o time encheu a torcida de esperanças por um ano de sucesso. No Mineiro, ficou em 3º em 11 rodadas, com 22 pontos, e eliminou o Athletic nas semifinais com vitórias por 2 a 0 e 2 a 1, no Mineirão. Na Copa do Brasil, alcançou a terceira fase com triunfos sobre Sergipe (5 a 0) e Tuntum (3 a 0).

Na Série B, a perspectiva é de briga pelo acesso, sobretudo pelo entrosamento sob o comando do técnico Paulo Pezzolano e a adaptação a um estilo de jogo de intensidade, posse de bola e busca pelo ataque. A estreia será contra o Bahia, na Arena Fonte Nova, em Salvador, provavelmente no sábado, 9 de abril.