Presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, durante depoimento na CPI (Foto: MyKe Sena/Câmara dos Deputados)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a manipulação de resultados em partidas de futebol ouviu as primeiras testemunhas nesta terça-feira (30), durante sessão na Câmara dos Deputados, em Brasília. E uma das pessoas ouvidas pelos deputados fez um pedido para que um jogo em específico seja investigado.




O presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, pediu que os deputados investigassem o jogo entre Chapecoense e Náutico, válido pela 37ª rodada da Série B de 2022, partida determinante para que a equipe catarinense não fosse rebaixada.

- Tenho certeza absoluta que [o Náutico] foi sacaneado por apostadores. Desafio qualquer um dos senhores deputados, e eu não posso ser incoerente e injusto, mas não posso deixar de falar que o pênalti que aconteceu em Chapecoense e Náutico, tem que ser objeto de análise dessa casa - disse Bravo durante depoimento.

O lance citado pelo presidente do Vila Nova é um pênalti, ainda no primeiro tempo, cometido pelo zagueiro Arthur Henrique. Após bola cruzada na área, o defensor puxou o atacante Perrotti. O árbitro não assinalou a penalidade em campo, mas foi chamado pelo árbitro de vídeo e prontamente marcou a infração.



 
Dugout
 

Policial de formação, Hugo Jorge Bravo fez em novembro do ano passado a denúncia que deu as primeiras informações para que o Ministério Público de Goiás deflagrasse a operação Penalidade Máxima, que segue em trabalho e já investigou jogos das Séries A e B do Brasileirão de 2022, além de partidas dos estaduais de Rio Grande do Sul e São Paulo de 2023.
 
+ Como jogo do Vila Nova foi fundamental para deflagar esquema de apostas 

Recentemente, Bravo foi procurado pelo presidente do Náutico, Diógenes Braga, que compartilhou que tinha suspeitas sobre jogos da equipe na última temporada e que não era o único mandatário de clube que tinha a mesma opinião. 

Jogo é alvo de polêmica com ídolo do Náutico


Após o fim da Série B do ano passado, sem mencionar nomes, o ídolo do Náutico Kuki afirmou ao repórter Wellington Araújo que suspeitava que algo teria acontecido algo no clube na reta final do torneio, citando o jogo contra a Chapecoense como exemplo.




- É só você olhar o jogo da Chapecoense o que ele fez. Ele puxa o cara e joga-o para dentro. Vergonhoso. Eu liguei para Nei Pandolfo [então executivo de futebol do Náutico] e disse: 'tira agora para desmoralizar'. Quase tive um treco, eu tremia no sofá - afirmou o hoje auxiliar técnico do Náutico.

Arthur Henrique enviou uma notificação extrajudicial a Kuki pedindo retratação, mas não foi atendido. Sem respostas, o zagueiro entrou com um processo contra o ex-jogador, cobrando um prejuízo de R$ 55 mil.