Lane Gaviolle, atual presidente do Tombense, clube do interior de Minas Gerais (Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Já com o acesso garantido à segunda divisão do Campeonato Brasileiro , o Tombense busca o título inédito da Série C diante do Ituano. As equipes decidirão o campeão da competição neste sábado, às 17h, no estádio Novelli Júnior, em Itu-SP.



 
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No primeiro jogo da final, realizado no sábado passado, no Almeidão, em Tombos, as equipes empataram por 1 a 1. Com o apoio de sua torcida, o Gavião-Carcará abriu o placar com o meia-ofensivo Everton, mas o Ituano empatou o confronto com o volante Igor Henrique.

O presidente do Tombense, Lane Gaviolle , concedeu entrevista ao Superesportes e falou sobre as expectativas do time para esta final de Série C. Além da decisão, o dirigente abordou investimentos para 2022, redução de receitas no Campeonato Mineiro e o possível retorno de Keké, atualmente emprestado ao Cruzeiro.

A incerteza sobre as receitas no Mineiro se deve ao fim do contrato de transmissão com a TV Globo. Cada clube do interior recebia perto de R$ 1 milhão pelos direitos do Estadual. Por enquanto, a Federação Mineira articula parcerias para tentar garantir cotas de televisionamento aos participantes.




Leia a entrevista com Lane Gaviolle:

Como está o clima do elenco antes dessa final da Série C?

"O clima está muito bom. A expectativa é muito boa, já que a gente já conseguiu o acesso. Mas o título é muito importante para a gente fechar com chave de ouro e conquistar dois títulos brasileiros. Já conquistamos a Série D (em 2014), e o título da Série C seria muito importante para o Tombense e para os jogadores."

O grande objetivo do ano foi alcançado, que foi o acesso, mas o título tem mexido muito com o grupo, a comissão, a diretoria e a cidade?

"O título, o acesso, têm mexido com todo mundo da região. O Tombense é o time que, hoje, representa a Zona da Mata. É um time que está no campeonato nacional. Em questão de diretoria, comissão, é da mesma forma dos jogadores: sensação de dever cumprido. Ter feito uma boa temporada no Mineiro e no Brasileiro. Agora é fechar a temporada com chave de ouro se tornando campeão".

Na Série B de 2022, o Tombense visará a manutenção ou acesso para a elite do futebol brasileiro?

"Acho que a perspectiva e o objetivo de todo time que sobe é a manutenção. Foi assim quando nós subimos para o Módulo I do Mineiro. É desta forma que a gente pensa. Fazer um bom time, um bom trabalho, e manter na divisão, que é o mais importante no momento. Com o tempo, a gente vai adquirindo experiência na competição e buscando algo mais".




O clube já tem um orçamento para 2022, quando disputará Mineiro, Copa do Brasil e Série B? Qual o valor estimado para o futebol no próximo ano?

"Não tem um valor estimado, mas a gente sabe como funciona. Sabemos quanto podemos gastar e o quanto podemos investir. Por isso o Tombense tem esse processo. A gente não atropela a nossa receita. E dentro das receitas que vamos ter, de Rede Globo, Copa do Brasil, Campeonato Mineiro, a gente vai juntar todas as receitas e posicionar todos os valores e ver o que vamos fazer em relação a valores".

O clube conseguirá fazer investimentos maiores em reforços para a próxima temporada, ou manterá a política atual, de contar com a parceria do Eduardo Uram (empresário)?

"Não, acho que tudo interfere, mas montagem do elenco, não. É menos uma receita que você tem (no Mineiro), então vai ter que controlar mais os gastos. A gente vê com esperanças de abrir novas emissoras. Esperamos que a Federação Mineira (FMF) concretize a expectativa que ela tem e passe para nós. Veremos o que ela vai conseguir decidir até o meio de dezembro".

Como o clube tem visto a incerteza sobre os direitos de transmissão do Campeonato Mineiro sem a presença da Globo? Isso tende a prejudicar a montagem do elenco ou não interfere?

"Essa é uma parceria histórica, que a gente não vai desfazer nunca. Além de ter uma parceria de 22, 23 anos, nós nos tornamos bons amigos. Isso aí, independente de o Tombense ter dinheiro ou não, essa parceria vai ser consolidada sempre. A gente tem também os nossos recursos para fazer uma situação diferente e poder contratar bons jogadores. Temos que trabalhar com os pés no chão, para não fazer doidera, igual outros clubes fazem. Manter os pagamentos em dia, manter a nossa estrutura".




O atacante Keké pertence ao Tombense mas está emprestado ao Cruzeiro até o fim desta temporada. A Raposa já entrou em contato com você para dizer se irá ou não adquirir os direitos de compra do atleta? Ou vocês já contam com o atleta para a próxima temporada?
 
"A gente tem que cumprir o que foi acordado. Esperar o Cruzeiro nos procurar, que não procurou ainda. Está esperando acabar o campeonato (Série B). Falta um jogo só. Agora, a gente tem que cumprir os nossos acordos. Se tiver interesse do Cruzeiro, a gente vai estudar. Se não tiver, a gente vai trazer o Keké de volta. E quem sabe contar com ele, que é esperança nossa".