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MINEIRÃO

Choro e drama: torcedores reclamam de ingressos furtados do lado de fora do Mineirão

Muitas pessoas não conseguiram assistir ao duelo decisivo entre Brasil e Alemanha

postado em 08/07/2014 16:45 / atualizado em 08/07/2014 17:21

Gilmar Laignier /Superesportes

Gilmar Laignier/Superesportes
Os funcionários do ponto de liberação de ingressos da Fifa tiveram muito trabalho durante toda a Copa do Mundo em Belo Horizonte. Ingressos amassados e falsos sempre foram as reclamações mais recorrentes. Nesta terça-feira, chamou a atenção o grande número de torcedores que alegaram terem seus bilhetes furtados.

Foi o caso do advogado Fabrício Salla, de 39 anos. Segundo ele, seus dois amigos foram vítimas desse delito na parte de fora do Mineirão. Ele registrou um boletim de ocorrência e requisitou o cancelamento dos ingressos nominais. Dessa forma, tentou impedir que os possíveis ladrões utilizassem as entradas.

"O ingresso estava no bolso da bermuda. Estávamos perto da lagoa da Pampulha, antes da barreira da Fifa, quando fomos furtados. Fizemos o boletim de ocorrência e viemos até aqui ao estádio só para cancelarmos a entrada dos ingressos furtados, mas não poderemos assistir ao jogo", lamentou Fabrício.

A reportagem acompanhou o ponto de liberação de ingresso por cerca de duas horas. Nesse período, três mulheres inconsoladas choraram muito quando descobriram que não teriam seus bilhetes recuperados.

A publicitária Flávia Vaz de Melo, de 29 anos, foi uma delas. A torcedora relatou um fato inusitado. Segundo ela, seu ingresso caiu no chão ao ser revistada pelo "raio-x" do estádio. Quando ela olhou para baixo para procurar, o funcionário do setor entregou a ela uma entrada do jogo entre Brasil e Chile.

"Ele disse que este era o único ingresso perdido no chão e me entregou. Eu vim fazer a reclamação no posto de atendimento, mas eles disseram que não poderiam reimprimir meu ingresso. Isso é um absurdo. Paguei R$ 1.320 na entrada, comprei legalmente no site da Fifa, eles identificaram agora meu nome e CPF, conferiram tudo no sistema, mas disseram que não poderiam reimprimir o bilhete", reclamou Flávia.

Sem solução, a publicitária precisou recorrer ao mercado informal para conseguir entrar no estádio com o namorado Eduardo Brandão mais um casal de amigos. "Minha irmã comprou agora na mão de cambista lá do lado de fora do isolamento da Fifa, por R$ 2.300. Ao todo, tive que gastar quase R$ 4 mil, fora o desgaste", disse a torcedora, que ainda precisou torcer para que o bilhete comprado não fosse falso e ela não fosse barrada na entrada, já em cima da hora do jogo.

A atitude da Fifa de não reimprimir os ingressos vai de encontro a uma ação civil pública proposta pela Defensoria Pública do Estado, deferida pela 31a comarca de Belo Horizonte, na última sexta-feira. A ação obriga a Fifa a reimprimir o bilhete nominal de quem registra boletim de ocorrência, no caso de perda, furto ou extravio.

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