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Polêmica, Copa do Mundo no Catar em 2022 deve render US$ 6 bilhões para a Fifa

postado em 08/07/2018 03:15

Considerada por muitos dentro da Fifa como o "maior erro" da história da entidade, a Copa do Mundo de 2022 no Catar já é uma realidade. Enquanto a bola rola nos estádios da Rússia, um pequeno exército de 180 pessoas enviadas pelo país árabe observa cada detalhe da organização para implementar um projeto similar para o próximo Mundial.

Fora dos estádios, os negócios se proliferam e os contratos estão sendo fechados em uma velocidade cada vez maior. Documentos internos da entidade obtidos com exclusividade pela reportagem revelam que a Fifa espera atingir uma receita recorde de US$ 6,6 bilhões (R$ 26 bilhões) com a Copa de 2022. O valor é US$ 1 bilhão a mais que se garantiu no Mundial de 2014, no Brasil. No informe confidencial, a entidade qualifica a previsão como "realista e ambiciosa". Mas admite que 70% dos contratos já estão fechados. "Estamos trabalhando à toda velocidade", disse o CEO da Copa de 2022, Hassan Al Thawadi.

Investigado, o Mundial de 2022 tem sido alvo de polêmicas desde o anúncio, em 2010, que o Catar seria a sede, superando as candidaturas de Estados Unidos e Austrália. Desde então, o FBI, a Justiça da Suíça e a França investigam o processo de escolha da Fifa. O próprio ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, é acusado de ter vendido o seu voto para o Catar, assim como outros dirigentes.

As críticas de entidades de direitos humanos e mesmo governos estrangeiros chegaram a levantar a possibilidade de que o evento poderia mudar de sede. À reportagem, o ex-presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, deixa claro que todo o caos gerado com as prisões dos delegados da entidade apenas ocorreu por conta da escolha do Catar em detrimento dos norte-americanos.

"Isso ocorreu por causa da intervenção da política francesa, do presidente da França (Nicolas Sarkozy), que se encontrou no Palácio do Eliseu com o príncipe herdeiro do Catar e que hoje é o emir", contou. "Depois daquilo, Michel Platini veio até mim e me disse: ‘Desculpe-me Sepp, não posso garantir mais meus votos para os EUA’. Se isso tivesse ocorrido, não estaríamos nessa situação caótica como está ocorrendo nos EUA, com o julgamento", apontou.

A escolha não gerou apenas um caos legal. A Fifa passou a ser conivente a um sistema trabalhista acusado de violar direitos humanos e, diante do calor do verão no Golfo, a Copa do Mundo teve de ser modificada para novembro, afetando o calendário internacional. O que está certo, porém, é que o Mundial não terá 48 seleções, como queria o suíço Gianni Infantino, atual presidente da entidade. Os responsáveis do país árabe indicaram que são contrários a dividir a sede - e uma ampliação significaria realizar partidas em outros países da região. Mas com a crise diplomática no Golfo Pérsico, esta possibilidade não é realista.

Enquanto isso, em Moscou, o Catar iniciou neste sábado uma ampla operação de divulgação do Mundial de 2022. No parque Gorky, os organizadores montaram uma Bayt Al Sha’ar, a tradicional tenda árabe. Um museu flutuante, uma exposição e outros eventos estão programados. "É importante que possamos dar aos torcedores um gosto real do que vem pela frente quando visitarem o Catar para a Copa", disse Fatma Al Nuaimi, diretora de comunicação das exposições. "Não apenas vamos mostrar o que já foi feito na preparação para o evento, desde 2010. Mas também queremos introduzi-los aos país".

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