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De origem kosovar, jogadores suíços festejam gols com provocação política

Shaqiri e Xhaka comemoram com gesto polêmico na virada diante da Sérvia

postado em 22/06/2018 19:43 / atualizado em 22/06/2018 20:43

PATRICK HERTZOG/AFP

A virada da Suíça sobre a Sérvia, pelo placar de 2 a 1, nesta sexta-feira, contou com um componente político dentro de campo. Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri comemoraram os gols suíços da mesma forma, com um gesto em referência à bandeira da Albânia, o que poderia ser interpretado como uma provocação à Sérvia. 
Autores dos gols suíços, Xhaka e Shaqiri festejaram com um gesto com as duas mãos formando uma águia, que aparece na bandeira albanesa. Ambos os jogadores têm origem em Kosovo, país de maioria albanesa. 

"É algo em que eu penso, mas não quero falar sobre isso", desconversou Shaqiri, ao ser questionado sobre o gesto. "No futebol sempre se vive com sentimentos. Todos puderam ver o que eu fiz e é apenas um sentimento. Nada além da felicidade em marcar um gol. Fiz o gesto e não quero falar sobre isso."

O gesto poderá acirrar as tensões entre os nacionalistas sérvios e os albaneses. Kosovo declarou sua independência em 2008, mas a Sérvia e dezenas de outros países, como o Brasil, não reconhecem como república. 
Reprodução/Twitter Oficial da Seleção Suíça
Shaqiri nasceu em Kosovo, enquanto os pais de Xhaka são do mesmo local e têm raízes albanesas. Xhaka nasceu na Suíça, mas seu irmão também é jogador de futebol e defende a seleção da Albânia. 

Os jogadores da Sérvia não reagiram diante dos gestos nos dois gols suíços. "Não tenho nada a dizer sobre isso. Não me meto nestas coisas. Sou alguém dedicado ao futebol e somente nisso vou seguir", disse o técnico da Sérvia, Mladen Krstajic.

O treinador da Suíça, Vladimir Petkovic, também evitou entrar no assunto. "Nunca se deve misturar política e futebol. Sempre temos que respeitar isso. Tivemos um ambiente lindo aqui e uma experiência positiva [em campo]. Isso é futebol", declarou o técnico.

Pelas regras da Fifa, são proibidas manifestações políticas dentro de campo. Por conta dos gestos, a Suíça e os próprios jogadores correm o risco de sofrerem punições ainda durante a Copa do Mundo.

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