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Copa do Mundo terá confronto entre seleções 'íntimas' de Atlético e Cruzeiro

Clubes brasileiros se responsabilizaram por analisar equipes do Mundial

postado em 04/07/2018 13:24 / atualizado em 04/07/2018 13:47

AFP

Rússia e Croácia despontam como prováveis surpresas da Copa do Mundo de 2018. Afinal, uma delas estará na semifinal do Mundial, cenário pouco imaginado antes do início da competição. Adversárias em um dos confrontos das quartas de final, as equipes - menos conhecidas que as tradicionais - foram analisadas de perto por profissionais de Atlético e Cruzeiro.

É isso mesmo. Integrantes dos departamentos de análise de desempenho dos clubes mineiros estudaram profundamente pontos fortes e fracos das seleções de Igor Akinfeev e Luka Modric, que se enfrentarão neste sábado, às 15h, em Sochi.

Explica-se: a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez uma parceria com 19 dos 20 clubes que disputaram a Série A de 2017 para obter ajuda na análise de 27 seleções que participariam da Copa do Mundo. Apenas o Flamengo optou por não participar do processo de troca de informações, encerrado no início do Mundial. 

Por sorteio, o Atlético ficou responsável por estudar os anfitriões. O Cruzeiro, por sua vez, analisou Croácia e a já eliminada Polônia, que deixou o Mundial ainda na fase de grupos. Apenas Argentina, Colômbia, Peru e Uruguai não foram observadas por clubes brasileiros, uma vez que a CBF já tinha informações sobre seleções sul-americanas em função da disputa das Eliminatórias.

Olho neles

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Anfitriã, a Rússia é, talvez, a grande surpresa entre as oito equipes que restaram no Mundial. Após um período preparatório instável, a seleção comandada pelo técnico Stanislav Cherchesov embalou na Copa em um grupo liderado pelo Uruguai e que ainda tinha Arábia Saudita e Egito. Em seguida, o grande feito: vitória nos pênaltis sobre a toda-poderosa Espanha nas oitavas de final.

Mas como a Rússia, que iniciou o torneio cercado de desconfianças, conseguiu voltar às quartas de final da Copa depois de 48 anos? A explicação é um futebol simples, direto e preciso. Marcar com linhas compactas, recuperar a bola e ser efetivo nos contra-ataques.

“Uma das tendências vistas no período preparatório que não se confirmou foi a linha de cinco jogadores. Estavam jogando no 5-4-1. Nos dois primeiros jogos, que eles venceram, usaram a linha de quatro. Contra a Espanha, voltaram a utilizar a de cinco. É uma equipe que se defende muito bem, mas a questão ofensiva é mais limitada. Usa muito o jogo de transição: defender bem e tentar chegar rapidamente ao gol adversário”, explica Lucas Gonçalves, analista de desempenho do Atlético.

E o desempenho histórico da Rússia em 2018 tem alguns pilares individuais. Além do goleiro Akinfeev - que pegou duas cobranças de pênalti contra a Espanha -, Lucas listou mais três jogadores como destaques da seleção anfitriã.

“Tem o Cheryshev, que é um jogador-chave taticamente, por saber se posicionar bem e ocupar espaços. Pela boa técnica, é o cara ofensivamente. Também gostei muito do lateral-esquerdo, o Yuri Zhirkov. E o próprio Mário Fernandes, que realmente está mostrando que tem condições de jogar na seleção, tem feito jogos seguros. Sustenta bem na linha defensivamente e, quando ataca, faz um jogo maduro”, completou.

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E a Croácia do meia Luka Modric e do goleiro Subasic? A equipe europeia liderou o grupo que tinha Argentina, Nigéria e Islândia. Nas oitavas de final, sofreu para bater a Dinamarca nos pênaltis. Avançou graças ao desempenho do arqueiro de 33 anos do Monaco, que defendeu três cobranças.

Com meio-campo técnico e ataque agressivo, a Croácia aparece como favorita nas quartas de final. A principal geração de jogadores do país desde o time de Davor Šuker, terceiro colocado do Mundial da França, em 1998, sonha alto. Quem sabe com uma decisão de Copa do Mundo? A seleção que avançar enfrentará o vencedor de Inglaterra x Suécia nas semifinais.

Questionado sobre os estudos feitos da Seleção Croata, o departamento de análise de desempenho do Cruzeiro não se pronunciou. Segundo a assessoria de comunicação do clube, “os profissionais preferiram não entrar em detalhes do trabalho que foi feito com a Seleção”.

O projeto

A parceria entre Seleção Brasileira e clubes se tornou pública em outubro de 2017. O coordenador do Centro de Pesquisa e Análise (CPA) da CBF, Fernando Lázaro, foi o mentor da ideia. Os analistas das equipes da Série A estudaram as 27 seleções até o início do Mundial. A partir daí, profissionais da comissão técnica comandada por Tite reassumiram o papel.

Veja abaixo qual seleção foi observada por qual clube:

Alemanha - São Paulo
Arábia Saudita - Corinthians
Austrália - São Paulo
Bélgica - Coritiba
Coreia do Sul - Atlético-PR
Costa Rica - Avaí
Croácia - Cruzeiro
Dinamarca - Palmeiras
Egito - Vasco
Espanha - Ponte Preta
França - Atlético-GO
Inglaterra - Chapecoense
Irã - Bahia
Islândia - Atlético-PR
Japão - Botafogo
Marrocos - Grêmio
México - Fluminense
Nigéria - Vasco
Panamá - Corinthians
Polônia - Cruzeiro
Portugal - Santos
Rússia - Atlético
Senegal - Vitória
Sérvia - Sport
Suécia - Botafogo
Suíça - Grêmio
Tunísia - Palmeiras

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