Não houve quem não ficasse emocionado “Vejam como meus olhos estão brilhando”, dizia o americano Expedito Nascimento, de 74 anos, ao chegar ao estádio. Ele viu as luzes acesas e ficou emocionado. Mas não foi o único privilégio para quem no passado se encantou com os gols de Otávio e Harley, uma dupla de frente do Coelho dos anos 1950 que não respeitava os adversários. Todas as várias gerações de americanos que foram à reinaguração (público pagante de 5.998) só poderiam sentir orgulho. O verde das camisas se misturou com o verde das cadeiras e o Independência maravilhou em sua primeira noite.
Tudo foi motivo para festa. Os torcedores faziam questão de expressar o sentimento do coração, antecipando, porém, que domingo poderá ser ainda melhor: “Já imaginou se conseguirmos chegar a final e depois receber aqui o Tupi ou o Atlético na decisão?”, falou Expedito. Luciano Fagundes, 55 anos, vice-presidente da Federação Mineira de Futebol, também expressou sua alegria: “Estou maravilhado. Uma obra ímpar. Não há adjetivos para mostrar o quanto será importante para o futebol mineiro”.
Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro, também marcou sua presença e abriu o coração: “Melhor realmente não poderia ser. O Independência atende realmente todas as nossas expectativas como dirigentes e torcedores. Quero ver o Cruzeiro jogando aqui, mas ainda dependemos de um acerto com a BWA. Hoje (ontem), trocamos documentos, porque queremos o acerto. No ano passado, o Cruzeiro teve um prejuízo de R$30 milhões por não jogar em Belo Horizonte. Perdemos nossos sócios do futebol. Hoje são apenas 1.500, pagando uma taxa bem melhor, e estamos prontos para lançar o novo programa para 20 mil sócios”.
APLICAÇÃO O futebol agradou também. Afinal, tudo parecia feito para emocionar o torcedor. No primeiro tempo, quando saíram os gols, marcados por Balsas e depois Alessandro (dois), os times foram mais aplicados. Na segunda etapa, o América mudou praticamente tudo, permanecendo apenas o lateral Bryan e brincou de perder gols. No começo da segunda etapa, Euller saiu para a entrada de Kaio. Foi aplaudido de pé por todos os torcedores e fez questão de dar uma volta ao redor do gramado, recebendo intensos aplausos. Em campo, Gilberto (entrou na segunda etapa) fazia a sua estreia, agradando plenamente. Só faltou o gol para que o jogo na segunda etapa fosse tão bom quanto na primeira, mas mesmo sendo um jogo de festa em momento algum se deixou de ver aplicação dos jogadores.
América 2 x 1 Argentinos Juniors
América
Neneca (Matheus), Rodrigo Heffner (Patrick), Gabriel (Otávio), Everton Luiz (Lula) e Bryan; Leandro Ferreira (China), Moisés (Timbó), Rodriguinho (Gilberto); Euller (Kaio), Fábio Júnior (Sebastian) e Alessandro (Romão)
Técnico: Givanildo Oliveira
Argentinos Juniors
Fernández (Giovani); Prosperi, Flores, Inies (Lucas) e Sabia; Basualdo, Rodríguez, Naguel (Gómez) e Bellardo; Ruis (Berrera) e Balsas (Dias)
Técnico: Leonardo Astrada
Estádio: Independência
Gols: Balsas 24; Alessandro 37 e 44 do 1º
Árbitro: Cleisson Veloso Pereira
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago e Guilherme Dias Camilo
Cartão amarelo: Balsas
Pagantes: 5.998
Renda: R$244.020
O QUE DEU CERTO
» O monitoramento da entrada dos torcedores por câmeras de TV facilitou a detecção de tumultos
» Banheiros limpos e abastecidos com papel higiênico e sabão líquido, garantindo conforto ao torcedor
» O projeto do estádio possibilitou acesso e evacuação rápidos da torcida
O QUE DEU ERRADO
» Dificuldade para estacionar, o que deve se complicar em jogos com maior presença de público
» O anel superior ficou fechado, e os locais onde há ponto cego não puderam ser testados
» Nem todos os bares foram abertos, causando tumulto em frente aos que abriram