Dia de taça

Prestes a completar nove anos desde que voltou ao Cruzeiro, o goleiro Fábio sempre passou confiança a todos. Porém, se faltava um título de expressão, não falta mais, pois ele foi uma das peças fundamentais na conquista do título brasileiro de 2013, acabando com jejum de 10 anos do clube celeste. Neste domingo, depois do jogo com o Bahia, às 17h, no Mineirão, como capitão do time, terá a honra de levantar a taça de campeão, entrando definitivamente para a história quase centenária da agremiação.

O gesto pode parecer apenas simbólico, uma vez que os cruzeirenses estão comemorando desde 13 de novembro, quando o time celeste fez 3 a 1 no Vitória, em Salvador, pela 34ª rodada. Porém, é carregado de simbolismo, uma vez que representa não só a vitória pessoal de quem tanto lutou, mas também pode marcar o início de uma nova era na Raposa, cuja atual diretoria investiu pesado depois do primeiro ano de administração marcado pelas dificuldades financeiras.

Jogador com mais tempo de casa, Fábio mantém a serenidade quando fala da importante conquista e é discreto até mesmo para comemorar. "Todos os momentos até aqui foram importantes, mas claro que (levantar a taça) tem valor simbólico. Tudo acontece no momento certo. Vamos concretizar um momento histórico para minha vida, para o Cruzeiro, para a torcida", declarou ele, que garante se sentir indiferente quanto à chance de eternizar a conquista. "Não quero glória nenhuma para mim. Deus é quem deve ser louvado."

Ainda que se mostre modesto, ele certamente vai escrevendo a cada dia um novo capítulo de sua história vencedora com a camisa celeste. Já é o sétimo jogador que mais defendeu o clube, chegando hoje a 534 partidas, apenas quatro a menos que Vanderlei. Fominha, daqueles que dificilmente ficam de fora, a tendência é de que no ano que vem supere Eduardo (556 partidas), Raul (557) e Piazza (566). Aí, ficariam faltando apenas Dirceu Lopes (610) e Zé Carlos (633), meta nada impossível para quem é tão perseverante.

Completando, foi eleito para a Seleção do Brasileiro, como o melhor do campeonato. Para a felicidade ser total, só falta ter uma chance real na Seleção Brasileira, o que para muitos já deveria ter ocorrido há muito tempo. O certo é que o título brasileiro só reforça o fato. "Não me sinto injustiçado, considero essa palavra muito forte, mas acho que tive menos chances que os outros. Assim, fica difícil."

COMEMORAÇÃO

Depois que levantar a taça, Fábio e seus companheiros vão para cima de um trio elétrico, fora do Mineirão, para comemorar com a torcida. Para ele, nada mais justo depois de tanto esforço. "O torcedor esperava muito por esse título e tem de aproveitar. Mas nós temos de entrar focados nos jogos que faltam, incluindo este contra o Bahia, pois não queremos participar desta festa de modo negativo, sendo derrotados. A torcida quer ver um belo jogo e, se possível, a vitória", declarou.

O técnico Marcelo Oliveira, que já defendeu a convocação de Fábio para a Seleção Brasileira, concorda. Tanto que manda a campo o que tem de melhor no momento %u2013 apenas o volante Nílton, contundido, desfalcará o time celeste, dando lugar a Souza.

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Souza, Lucas Silva, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart;
Dagoberto e Borges
Técnico: Marcelo Oliveira

Bahia
Marcelo Lomba; Rafael Miranda, Demerson, Titi e Raul; Fahel, Hélder, Anderson Talisca e William Barbio; Marquinhos e Fernandão
Técnico: Cristóvão Borges

Estádio: Mineirão
Horário: 17h
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Assistentes: Márcia Bezerra Lopes Caetano (RO) e Fabiano da Silva Ramires (ES)

Confronto direto

Geral (55 jogos)
Cruzeiro Bahia
30 vitórias 13
12 empates 12
90 gols pró 49

Brasileiros (39 jogos)
Cruzeiro Bahia
24 vitórias 8
7 empates 7
72 gols pró 32