O Mineirão chega aos 50 anos e apenas um jogador, entre tantos craques que desfilaram no gramado do Gigante da Pampulha em cinco décadas, carrega a honra de dizer que marcou o primeiro gol do estádio. Coube a José Alberto Bougleux, conhecido como Buglê, inaugurar as redes na vitória por 1 a 0 da Seleção Mineira sobre o River Plate.
O lance que originou o gol aos 2 minutos do segundo tempo, naquele 5 de setembro de 1965, nasceu de uma tabela com Dirceu Lopes, e contou com a colaboração de Gatti, goleiro do River Plate, que falhou na hora de cortar o passe.
“É algo que me deixa muito feliz. Ter a honra de marcar o primeiro gol do Mineirão é algo fantástico. Gostaria de mandar um abraço a todos os mineiros. Estou em Brasília há muitos anos, mas as pessoas mais velhas sempre lembram do gol que eu marquei, nunca esperei que isso fosse marcar tanto a minha vida”, disse ao Superesportes.
No dia do feito, Buglê chegou a ser carregado pela torcida no hall de entrada do estádio. Volante de origem, ele teve um início promissor no Atlético. Em poucos meses, saiu das categorias de base e ficou três anos no profissional. Porém, a primeira ligação dele com o esporte foi no futebol de salão do Cruzeiro.
Em janeiro de 2010, em uma das últimas vezes em que esteve em Belo Horizonte, Buglê colocou os pés na 'Calçada da Fama' do Mineirão. (foto abaixo)
Para o ex-jogador, o Gigante da Pampulha fica à frente do Maracanã entre os principais estádios do país, pelo menos no quesito conforto. “Está entre os melhores. Acho que ele supera o Maracanã. Porque pode ser menor em capacidade de público, mas é melhor em qualidade”, completou.
Dono de uma vida simples em Brasília, Buglê destaca que o futebol no passado não rendia os mesmos frutos que o dos dias de hoje. Porém, ele não se abala por não ter acumulado riqueza nos tempos como jogador.
“Minha época como jogador não dava dinheiro. Sou acostumado com o futebol. Quando você está no auge, lembram de você. Depois te esquecem rapidamente. Mas isso faz parte”.
FICHA TÉCNICA
SELEÇÃO MINEIRA
Fábio; Canindé, Grapete, Bueno e Décio Teixeira; Buglê e Dirceu Lopes; Wilson Almeida (Geraldo depois Noventa), Silvestre (Jair Bala), Tostão e Tião.
Técnico: Gérson dos Santos
RIVER PLATE
Gatti; Sainz, Ramos Delgado, Grispo e Matosas; Capp (Varacka) e Sarnari; Cubilla (Sollares), Artime (Lallana), Delém e Más.
Técnico: José Curti
DATA: 05/09/1965
MOTIVO: Amistoso
GOL: Buglê - aos dois minutos do 2º tempo, para Seleção de Minas Gerais.
CARTÕES: Cartão vermelho Tião (Minas Gerais) e Sarnari (River Plate)
PÚBLICO: 73.201
RENDA: Cr$82.792.265
ÁRBITRO: Antônio Viug
AUXILIARES: Joaquim Gonçalves (MG) e Luis Pereira Filho (MG)