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HISTÓRIAS OLÍMPICAS

Sem projeto não dá

postado em 10/08/2016 08:36

AFP
Lá se vão quatro dias dos Jogos Olímpicos do Rio. Há cerca de um ano, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciava que o Brasil tinha uma meta, que era a de terminar entre as 10 melhores nações do maior evento esportivo do mundo. De cara, duvidei e continuo duvidando. Ainda mais que a entidade falava em número de medalhas, sem seguir a sequência natural olímpica, de ouro, prata e bronze.

Fui correndo conferir os últimos quadros de medalhas e cheguei à conclusão de que para estar entre os 10 melhores, seriam necessárias pelos menos 16 medalhas de ouro. Mas de onde sairiam tais medalhas? Palpáveis, seriam do vôlei; uma da canoagem, com Isaquias; uma da ginástica, com o Zanetti; uma no atletismo, com Fabiana Murer; uma do handebol feminino e o futebol teria de ganhar dois ouros. Mas logo esse esporte que agoniza no Brasil – as mulheres, tudo bem. Ainda o iatismo e o judô.

Não conseguia e nem consigo vislumbrar tantos ouros assim. Ainda mais agora, com o judô acabando. De oito lutadores, apenas um ouro. Precisa conquistar mais cinco medalhas em seis participações até sexta-feira. Acho difícil.

O problema maior é que todas as nações que sediaram edições olímpicas começaram a se preparar, formar atletas nas escolas, oito anos antes. E tiveram bons resultados com isso. Mas aqui não. Anunciou-se menos de dois anos antes que teríamos uma meta. Sabe de uma coisa, não vai dar certo. Nesse pouco tempo é impossível formar atletas.

Por que este país não pensa o esporte de maneira séria? Por que relegam o esporte a segundo plano? Por que não existe um projeto esportivo sequer? Deixo pra vocês pensarem nisso.
O anunciante aqui presente não possui relação com os Jogos Rio 2016 e é patrocinador exclusivo da cobertura editorial dos Diários Associados MG para o evento.