Rio 2016
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HISTÓRIAS OLíMPICAS

É brincadeira...

postado em 19/08/2016 08:27

Estou iniciando na Olimpíada Rio'2016 minha preparação para os Jogos de Tóquio'2020, mas desta vez, como atleta. Isso mesmo. Não estou ficando doido não. É que cismaram comigo. Querem porque querem me fazer uma atleta. Essa é a minha impressão. Ninguém deve estar entendendo, mas vou explicar.

Em Londres havia uma camisa à venda com os dizeres “Press Marathon”, que quer dizer “Maratona da Imprensa”. Trabalhar na cobertura de uma Olimpíada exige preparação à altura, que faço antes e no local do evento. O que mais se faz é passar por provas e mais provas. Ao fim, você se sente um atleta.

Ontem, por exemplo, acordei para cobrir o triatlo. Levantei, tomei café, banho e fui pra rua. Tinha a experiência de outro dia, quando, para ir à Maratona Aquática, no Forte de Copacabana, me aconselharam a pegar o metrô até a Estação General Osório e de lá seguir para o Forte, que ficava pertinho. O que? Era 1.050 metros de distância.

Ontem, decidi ir de táxi. Era só seguir a Barata Ribeiro até a divisa de Ipanema com Copacabana que chegava ao Forte, local da largada e da chegada ao triatlo. Só que Copacabana estava toda fechada. Depois de quatro quilômetros, com direito a engarrafamento, o motorista me aconselhou a descer e continuar a pé. “Não dá pra chegar nem perto”, diz.

Longe pra burro. Mas lá fui eu. Andei, andei, andei, mais que possam imaginar. Deve ter dado uns dois quilômetros, só de ida. Foi bom, pois pude observar o evento, as pessoas, sentir o clima da competição. Cheguei, mas estava morto. Fui para a zona de imprensa e fiquei assentado, descansando um pouco. Só que para fazer a entrevista com o único brasileiro na prova, Diogo Schebin, tive de ficar de pé, no sol, um tempão. Enfim, a prova acabou por volta do meio-dia e ele só apareceu uma hora depois.

Feita a entrevista, vem o pior – pelo menos é o que pensava. Voltar para o apartamento, lá no começo de Copacabana, para pegar o computador e então seguir para a Marina da Glória, cobrir o iatismo. Precisei tomar o metrô. Disseram que era só saltar na Estação Catete e depois de 17 minutos de caminhada chegaria. Foi o que fiz. Só que era a entrada de público. Imprensa, só mais na frente, próximo da Estação Glória. Havia outra no caminho. Pois caminhei a distância de duas estações do metrô. Mais morto ainda.

Outro dia, para cobrir o Usain Bolt nos 100m, peguei metrô e trem até o Engenhão. Mas, para entrar, a imprensa credenciada precisava dar a volta no estádio, pelo lado de fora. Uma vez ultrapassado o portão de identificação, era necessário percorrer a mesma distância até a tribuna de imprensa. Depois da prova, o mesmo caminho de volta. A prova acabou 1h da manhã. No dia seguinte cedo, nova caminhada para a Maratona Aquática. Pelo menos estarei em forma no retorno a BH e pronto para voltar a competir em algum esporte.
O anunciante aqui presente não possui relação com os Jogos Rio 2016 e é patrocinador exclusivo da cobertura editorial dos Diários Associados MG para o evento.