A noite de 4 de agosto, menos de 24 horas para a abertura dos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul, pode ser comemorada a partir de agora como o dia em que a aristocracia suíça do Comitê Olímpico Internacional se rendeu à boemia carioca: Agnaldo, o simpático, rechonchudo e acanhado garçom do Galeto Sat’s, bar de Copacabana, enfim, carregou a tocha olímpica. Agnaldo cumpriu seu percurso, na zona sul carioca, para sua emoção e de centenas de clientes que, com persistência, conseguiram mudar até os planos do Comitê Olímpico Internacional (COI).
A história é mais ou menos assim: um grupo de frequentadores resolveu, em uma roda de conversa, lançar a campanha #AgnaldoOlimpico, para que o garçom participasse do revezamento oficial. Diante da falta de respostas da organização, eles decidiram fazer o revezamento por conta própria, com tochas improvisadas de R$ 3.
No sábado, o evento reuniu mais de seis mil pessoas em uma rota que contemplou 12 bares de Copacabana, largando do Bip Bip e com encerramento triunfal no Sat’s, que teve Agnaldo acendendo a churrasqueira do bar.
O acendimento, como não era para ser diferente, emocionou do guardador de carros Bola ao taxista Manel. Agnaldo, de acanhado, passou a dar entrevistas com desenvoltura até para televisões de Hong Kong e, diante do sucesso estrondoso, o Comitê Rio’2016 resolveu convidá-lo para o revezamento oficial, o que ocorreu ontem. Agnaldo, enfim, se tornou Olímpico.